A escola CAIC Balduíno B. de Deus, do Piauí, participa das Olimpíadas Escolares Cuiabá 2012 no handebol masculino e está classificada para a segunda fase da disputa. Um dos responsáveis pelo bom desempenho da equipe é armador Euzébio Henrique da Silva, de 16 anos. O garoto possui uma paralisia na mão direita, mas joga como se a deficiência sequer existisse. Na tarde desta quinta-feira, dia 6, Euzébio foi o artilheiro da partida entre Piauí e Espírito Santo realizada no ginásio Aecim Tocantins, em Cuiabá, marcando oito gols.
O armador da equipe da escola CAIC Balduíno B. de Deus possui uma paralisia parcial adquirida durante o parto, denominada Paralisia Braquial Obstétrica (PBO). Mesmo com a deficiência, o garoto garante que não sente dificuldades ao utilizar as mãos para jogar. “Sempre joguei, pratico vários esportes, sempre me saí bem e até ganhei vários campeonatos no Estado. Não me prejudica não”, confirma Euzébio. A paralisia afeta os movimentos de sua mão direita, que durante o jogo é utilizada para parar e segurar a bola, enquanto a esquerda é utilizada para os arremessos.
Seu técnico, Giuliano Ramos, destaca a habilidade de Euzébio. Para ele, a qualidade técnica do garoto sobrepõe qualquer dificuldade física. “Como é um jogador muito bom, que joga demais, eu não consigo nem perceber a deficiência. A gente nem vê isso”, conta Ramos. O técnico se mostra bastante orgulhoso pela superação de seu comandado. “É magnífico ele poder superar as dificuldades e se destacar desse jeito”, diz ele.
Os campeões pan-americanos e Embaixadores das OEs, Maik e Lucila, acompanharam alguns dos jogos do handebol realizados no ginásio Aecim Tocantins nesta quinta-feira. Maik, que foi goleiro da Seleção Brasileira campeã dos Jogos Pan-Americanos Rio 2007 comentou sobre sensação de encontrar os jovens atletas participantes das Olimpíadas Escolares, entre os quais algumas promessas para o futuro do esporte. “Acompanhar essa molecada que vai participar ainda de competições nacionais, mundiais e também da Olimpíada de 2016 é muito bacana”, conta. “A gente vê o brilho nos olhos deles quando nos encontramos no refeitório ou nas arquibancadas dos jogos”, diz Maik.
Lucila destaca a importância de existirem competições de alto nível, como as Olimpíadas Escolares, para o desenvolvimento dos jovens atletas. “Acho que eles estão um passo à frente do nosso tempo, pois nós não tínhamos essa proximidade com atletas campeões e não tínhamos campeonatos escolares tão competitivos, com nível olímpico”, relata a ex-capitã da Seleção Brasileira feminina de handebol. “O primeiro passo foi dado, agora é eles aproveitarem a oportunidade de realizarem seussonhos”, diz Lucila incentivando os jovens atletas.
As Olimpíadas Escolares são organizadas e realizadas pelo Comitê Olímpico Brasileiro, correalizadas pelo Ministério do Esporte e Organizações Globo e apoio da Prefeitura Municipal de Cuiabá e Governo do Estado de Mato Grosso.