Uma garota de 10 anos foi internada no Hospital de Urgência de Teresina Dr. Zenon Rocha (HUT) com intoxicação, e a Polícia suspeita que ela tenha sido usada num ritual de magia negra.
A criança deu entrada no hospital em estado gravíssimo, e permanece em coma, na UTI pediátrica. Familiares da menina informaram aos médicos que ela teria sido obrigada a ingerir uma substância não identificada no suposto ritual.
“Essa criança não evoluiu para melhora. Ela se mantém nesse coma profundo e o quadro clínico dela é muito crítico. É um caso em que existe uma possibilidade muito pequena de sobrevivência”, afirma Gilberto Albuquerque, diretor do HUT.
A garota chegou a ser atendida no Hospital do Satélite, e, no dia 14, foi transferida para o maior Pronto Socorro da capital, onde chegou praticamente sem sinais vitais.
Inicialmente, a mãe declarou apenas que a filha havia passado mal de repente, mas os médicos começaram a pressionar para que os familiares dessem mais detalhes, e um dos parentes da garota acabou revelando que a menina era obrigada a tomar um líquido estranho, que teve uma amostra deixada na unidade hospitalar.
A suspeita é que a própria mãe da menina teria obrigado a filha a tomar a substância. Familiares também teriam revelado que a mulher participa de rituais de magia negra numa cidade do Maranhão.
“A família, inicialmente, negou a possibilidade de intoxicação. Foram coletados resíduos do estômago dela, bem como do frasco que os parentes trouxeram até aqui para que a Polícia possa analisar a possibilidade de que algum veneno ou droga que possa ter levado a esse quadro”, acrescenta Gilberto Albuquerque.
O HUT informou, ainda, que a menina tem a cabeça raspada e possui diversas cicatrizes em forma de cruz espalhadas pelo corpo.
O Conselho Tutelar de Teresina já denunciou o caso à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Mas a delegada responsável encaminhou a investigação para o 11º Distrito, por entender que o crime se trata de uma tentativa de homicídio. A mãe está desaparecida.
“É muito pequena [a chance de sobrevivência]. Uma paciente que não evoluiu nesse período em que permaneceu entubada, e que, pelo contrário, apresenta características de piora. Então, é um quadro praticamente irreversível”, conclui o diretor Gilberto Albuquerque.