REVISTA ÉPOCA: Ciro recebeu dinheiro vivo da JBS no Comercial Carvalho

R$ 2,8 MILHÕES EM 2014 – A Revista Época obteve mais documentos da delação da JBS que revelaram detalhes da propina entregue a centenas de políticos.

As revelações divulgadas no site da revista na noite desta quarta-feira(02) citam políticos piauienses e complicam a imagem do Comercial Carvalho, um dos principais supermercados do Piauí. Segundo a Revista ÉPOCA, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) teria recebido R$ 2,8 milhões em dinheiro vivo na campanha de 2014.

A revista diz que não encontrou o senador Ciro Nogueira para comentar.

Trecho da propina da JBS:

“O senador Ciro Nogueira, presidente do PP, recebeu pouco mais de R$ 2,8 milhões de propina da JBS em 2014, de acordo com registros mantidos pela empresa. Ciro recebeu em dinheiro vivo, retirado da Comercial Carvalho, uma das clientes da empresa de Joesley Batista. O valor entregue a Ciro foi retirado de um caixa formado pela JBS com propina devida ao PT por negócios feitos com o BNDES, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social”, diz um trecho da matéria do jornalista DIEGO ESCOSTEGUY.

 

MATÉRIA DA REVISTA ÉPOCA NA ÍNTEGRA:

Política

Exclusivo: Ciro Nogueira recebeu propina em dinheiro vivo da JBS

Remessa de R$ 2,8 milhões veio das contas de recursos desviados de aportes do BNDES à empresa, com autorização do PT

DIEGO ESCOSTEGUY
02/08/2017 – 20h07 – Atualizado 02/08/2017 21h22
O senador Ciro Nogueira, presidente do PP, recebeu pouco mais de R$ 2,8 milhões de propina da JBS em 2014, de acordo com registros mantidos pela empresa. Ciro recebeu em dinheiro vivo, retirado da Comercial Carvalho, uma das clientes da empresa de Joesley Batista. O valor entregue a Ciro foi retirado de um caixa formado pela JBS com propina devida ao PT por negócios feitos com o BNDES, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

Anos antes, Joesley passara a separar 4% de todos os valores recebidos pela JBS do banco público em duas contas no JP Morgan, nos Estados Unidos, em nome de duas empresas offshore criadas nas Bahamas. Era dinheiro sujo devido ao PT pela ajuda dada na expansão da JBS. Na campanha de 2014, a cada ordem do então ministro da Fazenda, Guido Mantega, Joesley mandava pagar ao PT e seus aliados e descontar do saldo, que somava mais de US$ 150 milhões. Como aliado do PT, Ciro recebeu desse caixa ilegal. Fora esse dinheiro para Ciro, o PP ainda recebeu R$ 40 milhões com a mesma origem.

Com clientes no varejo espalhados por todo o Brasil, como supermercados, atacados e frigoríficos, a JBS dispunha de um fornecimento garantido de dinheiro vivo para atender a demandas assim dos políticos. Os pagamentos nessa modalidade eram resolvidos com uma ligação. Seja no Rio de Janeiro, seja em Minas Gerais, Demilton, o funcionário que controlava o fluxo de propina na JBS, entrava em contato com o cliente e pedia que separasse um valor. Era comum que empresários e políticos mandassem buscar os valores, tamanha a despreocupação com a operação ilegal. Foi assim com Ciro Nogueira. O senador não foi encontrado para comentar.