Lavagem de dinheiro usando farmácia e posto de gasolina em Prata-PI, desviou mais de 2,7 milhões do FUNDEF

A Polícia Federal do Piauí deflagrou, na manhã de hoje, 26 de Outubro, uma grande operação para desarticular uma organização criminosa que estaria se beneficiando de recursos federais do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, o FUNDEF, na cidade de Prata do Piauí, Região do Médio Parnaíba. Segundo nota da Polícia Federal, pelo menos R$ 2.730.000 que seriam destinados à educação foram desviados.

A operação cumpre 13 mandados de prisão e seis de condução coercitiva contra os membros da organização criminosa, suspeitos de cometer crimes de apropriação e/ou desvio de recursos públicos, corrupção, associação criminosa e lavagem de dinheiro. 

A investigação revelou que empresas, tendo como sócios parentes do ex-prefeito Antônio Parambu, usados como laranjas, foram utilizadas para a ocultação de patrimônio do político. A lavagem de dinheiro ocorria através de uma farmácia e um posto de combustíveis.

Em dezembro de 2016, o município recebeu R$ 2.849.823 oriundos de uma ação judicial contra a União, referente a diferenças na complementação para o FUNDEF no período de 1998 a 2004. Levantamentos iniciais demonstraram indícios de irregularidades na movimentação desses recursos.

Obras fantasmas

Além disso, a Controladoria Geral da União apurou que obras não executadas teriam sido utilizadas como justificativa para a realização de transferências de recursos a empresas. Parte dessas empresas era de fachada, e usadas pelo ex-prefeito Antônio Parambu para lavagem de dinheiro. Segundo nota da CGU, os donos das organizações “laranjas” são parentes próximos do ex-prefeito.

Até o momento, segundo a CGU, o prejuízo identificado é de cerca de R$ 4,5 milhões e envolve pagamentos com recursos do precatório do Fundef, recebidos pelo município em dezembro de 2016, e os pagamentos realizados a empresas de fachada durante a gestão do ex-prefeito. As investigações também abrangem membros da Comissão Permanente de Licitação do município e empresários, que receberam pagamentos indevidamente entre 2013 e 2016.

Operação

Um total de 110 policiais federais atuam nos estados do Piauí, Maranhão e Ceará. Além dos mandados de prisão, serão cumpridos 21 mandados de busca e apreensão. Os alvos se localizam nas cidades de Caxias e Timon, no Maranhão, Teresina, Demerval Lobão, Prata do Piauí, Crateús, Independência, Parambú e Tamboril, no Ceará. 

Também foi determinada a apreensão de veículos de luxo, sequestro de bens e bloqueio de contas dos principais envolvidos no esquema. 

 O nome com que a operação foi batizada, Argentum, é a palavra em latim para o elemento químico prata, em referência à cidade que foi alvo da ação da organização criminosa.