Professora é derrubada e sofre fratura no fêmur em confusão na ALEPI

A professora Patrícia Andrade, que participou da manifestação dos professores na Assembleia Legislativa contra a suspensão do reajuste da categoria, sofreu uma fratura no fêmur depois de ser derrubada por policiais militares que faziam a segurança dos deputados estaduais durante a o ato.

Mais policiais militares foram destacados para reforçar a segurança dos deputados estaduais na Assembleia, nesta quinta-feira (Foto: Moura Alves / O DIA)

Patrícia é docente do Instituto Federal do Piauí (Ifpi) e membro da executiva estadual da Central Sindical e Popular (CSP Conlutas). De acordo com a entidade, a professora passará por uma cirurgia.

A CSP Conlutas culpa o presidente Themístocles Filho (MDB), presidente da Assembleia, pelas agressões sofridas por Patrícia Andrade e mais duas pessoas. Durante o ato, outro professor e um cinegrafista da O DIA TV também foram derrubados.

No final da tarde, a CSP Conlutas divulgou uma nota intitulada “Abaixo a truculência da PM do governador Wellington/PT!”, na qual a entidade acusa a base governista na Alepi de ter feito uma “manobra” para derrubar os reajustes, gerando “grande revolta” nos funcionários públicos e provocando a continuidade da greve na rede estadual de educação, bem como dos protestos.

A categoria em greve exige que o Governo e a Assembleia Legislativa mantenham os reajustes que haviam sido acordados com as categorias e que passaram por aprovação em abril. Pela proposta inicial, os professores teriam um reajuste de 6,81% e os demais servidores da educação teriam 3,95%, mesmo percentual que seria concedido aos policiais militares, bombeiros militares, policiais civis, agentes penitenciários e procuradores do Estado.

O Governo, contudo, alega que a legislação eleitoral proíbe a concessão de reajustes salariais que excedam a inflação nos seis meses que antecederem o pleito, e até a posse dos eleitos. Diz, ainda, que o governador Wellington Dias (PT) encaminhou as propostas de aumento desde o mês de março, ou seja, dentro do prazo permitido, mas os deputados só votaram as matérias em abril, já no período vedado pela Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997).

Pela lei, nos últimos seis meses que antecedem o primeiro turno da eleição só é permitida a concessão de reajustes até a inflação acumulada no ano anterior. E foi justamente o percentual aprovado pelos parlamentares na sessão desta quinta-feira: 2,95% de reajuste.

Os parlamentares da oposição manifestaram-se contra a aprovação do novo reajuste, e defenderam a manutenção do percentual de 6,81%, aprovado anteriormente.

Os protestos na Assembleia tiveram início desde a sessão de quarta-feira, quando a Mesa Diretora da Assembleia apresentou uma resolução cancelando a sessão do dia 6 de junho, quando os deputados derrubaram, por maioria de votos, os vetos do governador Wellington Dias (PT) aos reajustes anteriores.

Leia a íntegra da nota divulgada pela CSP Conlutas:

Abaixo a truculência da PM do governo Wellington/PT!

Todo apoio à luta dos servidores estaduais por reajuste salarial!

O governo Wellington Dias/PT desferiu um duro golpe contra os servidores públicos, e contou com total cumplicidade da Assembleia Legislativa do Piauí.  Depois de travar negociações e postergar, enquanto quis, o envio de projetos ao Legislativo para garantir o reajuste salarial de diversas categorias que fizeram greve (dentre elas a da Educação e Segurança), o governador Wellington Dias/PT fez aprovar e depois ele mesmo vetou as leis aprovadas na Assembleia, alegando estar impedido pela legislação eleitoral. A manobra do governo gerou grande revolta entre o funcionalismo estadual, fazendo com que os trabalhadores em educação voltassem à greve e intensos protestos.

Na manhã desta quinta-feira (21/06), em manifestação contra a aprovação de um novo projeto de lei do governo que diminuía o reajuste de 6,81% (Lei do Piso do Magistério) para 2,95%, os servidores sofreram grande repressão na Assembleia Legislativa por parte da Polícia Militar. Dentre os vários manifestantes que saíram feridos, o caso mais grave foi da professora Patrícia Andrade, membro da executiva estadual da Central Sindical e Popular – CSP Conlutas, e docente do Instituto Federal do Piauí (Ifpi). Ela teve fratura no fêmur e passará por cirurgia. A agressão foi determinada pelo presidente da Assembleia Legislativa, Themistocles Filho (MDB), provável nome de vice-governador na tentativa de reeleição de Wellington/PT ao governo estadual.

A CSP Conlutas repudia, veementemente, a violência policial promovida contra os manifestantes que exerciam o direito de lutar contra as manobras do governo que atacam os trabalhadores. Da mesma forma, exigimos que o Governo e Assembleia Legislativa garantam os reajustes que haviam sido acordados com as categorias e que passaram por aprovação em abril, na Assembleia Legislativa. Nossa Central se solidariza com todas as categorias atacadas pelo governo e chama as demais centrais e organizações sindicais a unificarem a luta contra o golpe promovido pelo governo Wellington Dias e deputados estaduais contra o funcionalismo estadual.