Oito são presos em operação contra fraudes em concursos públicos no Piauí

As empresas, Instituto Machado de Assis e Crescer Consultoria, apontadas como participantes do esquema de fraude a licitações e a concursos públicos, movimentaram pelo menos R$ 28 milhões, em cerca de 11 anos de atuação em municípios do Piauí e do Maranhão. Esse foi o valor bloqueado judicialmente a pedido do Ministério Público Estadual. Entre os presos, está um servidor da Assembleia Legislativa, empresária e uma professora da Instituto Federal do Piauí (IFPI) são apontados como líderes da organização.

A segunda fase da operação Dom Casmurro é um desdobramento de uma investigação iniciada após denúncias de irregularidades em um concurso da Câmara Municipal de Cocal, no norte do Piauí. Foram cumpridos oito mandados de prisão, inclusive contra três pessoas apontadas como líderes da organização: 

Raimundo Wernes Fernandes Torres Filho – Servidor da Alepi – apontado como o líder político da organização. De acordo com a denúncia, ele era o responsável por articular junto a prefeitos e gestores públicos a realização de concursos fraudulentos.

Elmira Paulo Dias – empresária, ela cuidava da parte pedagógica da organização, recrutando professores, elaborando com questões de concursos. Também era responsável pela parte administrativa como pagamento de aluguéis e de outras despesas.

Rosimeyre Viera da Silva – professora do IFPI – cuidava da logística da aplicação das provas. 

De acordo com as investigações, existem indícios de que, somente o Instituto Machado de Assis tenha fraudado concursos em pelo menos 11 municípios do Piauí:

Francisco Santos 
União 
Inhuma
Oeiras
Esperantina
Luís Correia
São José do Piauí 
Campo Maior 
Picos 
Paulistana
E Câmara Municipal de Cocal

“Era uma ação deliberada para beneficiar apadrinhados políticos e pessoas próximas à gestão. Era empresas que atuavam há mais de 10 anos, frustrando sonhos de muitos estudantes”, explicou o coordenador da Delegacia de Combate à Corrupção, Ferndinando Martins.

Ainda de acordo com as investigações, as duas empresas pertenciam ao mesmo núcleo familiar e, em alguns casos, chegavam a simular concorrência. ” Em alguns municípios elas chegavam a disputar licitações e uma perdendo por coisas simples, erros grosseiros”, destaca o delegado.