Rebecca celebra estreia no Rock in Rio 2024: “Nossa cultura é resistência“

Nesta semana, a cantora Rebecca foi anunciada como uma das atrações do Palco Sunset do Rock in Rio. A apresentação está marcada para o dia 13 de setembro, data que abre a edição histórica de 40 anos de festival.

Entre suas faixas conhecidas, há destaque para “Cai de Boca” (2018), “Ao som do 150” (2018) e “Deslizo e Jogo” (2019).

Natural do morro do São João, no Rio de Janeiro, a artista, de 25 anos, ganhou destaque na cena musical ao cantar letras que exaltam os desejos femininos sem medo da repreensão, do machismo e do preconceito.

Em entrevista exclusiva à CNN, Rebecca garante que subirá ao palco para celebrar a cultura das favelas e a potência do ritmo.

“Sou uma mulher preta, mãe e de favela, que fala sobre o que quer, que combate o machismo, que eleva outras mulheres e que luta por essas pautas”, conta.

Para ela, é muito importante levar o funk para o palco de um evento grande, considerado uma grande vitrine para o mundo.

“Nós sabemos que é a favela, que é o nosso som das comunidades que exporta a cultura, não apenas aqui para o país, como lá fora também, já que hoje estamos vendo o funk ganhar cada vez mais destaque”.

“Acredito que esses espaços são essenciais para que as pessoas valorizem cada vez mais a nossa arte, o nosso som”, acrescenta.

Ser mulher no funk

Rebecca ainda conta que sua presença no festival transcende uma realização individual, já que ela carrega vozes de outras mulheres que lutam por reconhecimento e igualdade.

“Acredito que quando uma artista preta sobe ao palco, é muito representativo. É um momento de deixar mensagens, de mostrar a força que temos, de exaltar outras mulheres. Eu quero usar toda a minha força e o meu espaço para dar visibilidade e celebrar a representatividade negra no line-up”, diz.

Mesmo diante de um cenário desafiador, a cantora reforça que a confiança em seu talento e o propósito de mostrar que é possível foi crucial para que ela seguisse em frente, sem desistir dos objetivos.

“Sei que ser uma mulher preta no funk, cantando 150, é uma afirmação do meu poder, da minha identidade e da minha história”, afirma.

“É levar a voz das favelas para o mundo e mostrar que a nossa cultura é resistência e nossa música é revolução”, finaliza.