TSE afirma que urnas são seguras e uso é transparente

Há muito surgem dúvidas e questionamentos sobre a segurança das urnas que são utilizadas pela Justiça Eleitoral nas eleições brasileiras. Faltando cerca de uma semana para as eleições municipais de 2020, o Tribunal Superior volta a reiterar que as urnas são métodos seguros e que as medidas adotadas são transparentes, e podem ser acompanhadas pelos partidos e outras instituições.

As urnas são utilizadas como meio de coleta de votos desde as eleições de 1996, lembra Giuseppe Janino, secretário de Tecnologia da Informação do TSE. A iniciativa veio em consequência às falhas da coleta e apuração humanas. Até a chegada das urnas, as pessoas votavam em cédulas de papel, que eram colocadas em sacos e retiradas para a contagem.

“Tínhamos muita intervenção humana. E quando há intervenção humana temos três características. Lentidão, prática de erros e possibilidade de fraude pela manipulação da informação. Houve possibilidade de se transformar um processo que era lento e cheio de erros e fraudes em um processo célere, com garantia de integridade e proteção, com rastreabilidade que está ligado à transparência”, destaca o secretário.

Além da tecnologia desenvolvida ter passado por muitas inovações ao longo dos anos, seis meses antes de cada eleição o sistema é aberto para que cerca de 15 instituições se habilitem para realizar uma verificação dos sistemas adotados.

Após este período, os programas são lacrados e blindados, passando por mecanismos de segurança por meio de assinaturas. “Em cada um deles é feito um código matemático e isso gera um dígito verificador. Isso garante integridade. Fazemos um conjunto de assinaturas em cima desses programas que vão desde o chefe da unidade, coordenador, secretário de tecnologia e autoridades como o presidente do TSE, PGR [Procuradoria-Geral da União], presidente da OAB [Ordem dos Advogados do Brasil], que fazem a última camada de assinaturas”, explica Janino.

Outro procedimento de fiscalização feito pela Justiça Eleitoral é selecionar determinadas urnas na véspera da eleição e proceder uma simulação dos votos nas sedes dos TREs. Isso ocorre com a participação de representantes das candidaturas, com câmeras filmando os votos e após o fim do procedimento há uma conferência se os votos vistos correspondem àqueles registrados na máquina.

Após cada pleito, o TSE e a Justiça Eleitoral avaliam o desempenho do sistema e discutem o que pode ser inserido, tanto nos equipamentos quanto nos programas utilizados. “Não há nenhum caso de fraude identificada até hoje. Todas as suspeições formalizadas são investigadas por instituições independentes, como Ministério Público e Polícia Federal”, enfatiza o responsável pela tecnologia da informação do tribunal.

Com informações da Agência Brasil.