Wilsão afirma que burocracia agrava drama da seca no Piauí

Não bastasse a falta d’água e de alimentos para as famílias atingidas pela estiagem, a burocracia ainda emperra o atendimento aos criadores do semiárido piauiense. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) está comprando milho do Mato Grosso. Mas, segundo o Governo do Estado, há milho no cerrado piauiense suficiente para atender todo os produtores e criadores piauienses, que somam cerca de 10 mil cadastrados na Conab e concentram um rebanho de mais de 1,8 milhão de cabeças de gado e mais de 7.500 cabeças de caprinos e ovinos.

Segundo o governo, a compra direta aos produtores dos cerrados é que ficou inviabilizada pela Conab. Wilson Martins disse que subsidiaria a compra para melhorar o preço e a distribuição dos grãos para os pequenos criadores no Piauí. Segundo ele, a oferta foi rejeitada pela Conab. Ele reclamou da situação ao ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, para reduzir a burocracia no atendimento aos flagelados da seca.

Segundo informações do governo, o milho adquirido pelos criadores do Piauí e distribuído pela Conab não é suficiente para atender à demanda. Cada criador tem direito a adquirir até mil quilos de milho subsidiado. O milho no comércio custa em torno de R$ 30,00 a saca, mas o governo está subsidiando para que os criadores possam adquirir a um custo em torno de R$ 18,00 a R$ 20,00 a saca. O governador Wilson Martins assegura que o cerrado piauiense tem milho suficiente para abastecer o Estado e que poderia ser comprado com um preço mais em conta.

A compra no cerrado, observa o governo, ainda reduziria o preço do frete que é cobrado do produto vindo do Mato Grosso e Goiás. O milho no Piauí poderia ser vendido a R$ 32,00, sendo que o Governo Federal, através da Conab pagaria R$ 22,00 e o Estado subsidiaria os R$ 10,00. A Conab não fechou o acordo e continua a distribuir o milho comprado no Mato Grosso e Goiás.

Os produtores e criadores piauienses estavam desde junho sem o produto. O secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Rubem Martins, informou que cerca de 116 mil toneladas do produto já foi liberado e está nos armazéns da Conab em Teresina, Parnaíba, Floriano e Picos. Foram criados novos postos para distribuição do milho nas cidades de Oeiras, São Raimundo Nonato, Paulistana e Corrente.