Apesar da apreensão provocada pelo calendário eleitoral, o PT decidiu manter a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva até o dia 15 de agosto, enterrando publicamente, ao menos até lá, as discussões sobre quem disputará pelo partido, de fato, a Presidência.
Em reunião da executiva nacional, a cúpula petista decidiu fazer mobilização neste dia para registrar a candidatura de Lula, preso em Curitiba desde 7 de abril. Ao final do encontro, a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, leu uma carta em que o ex-presidente critica o que chamou de manobras do Judiciário.
“Já não há razões para acreditar que terei Justiça”, disse Lula no texto em que diz ver o comportamento de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) repetir o que se passou no julgamento do juiz federal Sergio Moro e no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região).
Na carta, Lula cita o ministro Edson Fachin, do STF. O ex-presidente contesta decisão do magistrado de retirar da Segunda Turma e remeter ao plenário o julgamento de seu habeas corpus.
“Tal manobra evitou que a Segunda Turma, cujo posicionamento majoritário contra a prisão antes do trânsito em julgado já era de todos conhecido, concedesse o habeas corpus. Isso ficou demonstrado no julgamento do plenário, em que 4 do 5 ministros da Segunda Turma votaram pela concessão da ordem”, disse na carta.
Fonte: Folhapress