Eletrobras tem lucro de R$ 2,832 bilhões no 2º trimestre e Governo aumenta tarifa

Eletrobrás apresentou lucro líquido de R$ 2,832 bilhões no segundo trimestre deste ano, cifra 8,2 vezes maior na comparação com os R$ 344 milhões registrados no mesmo período do ano passado. Conforme o sumário executivo dos resultados arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta terça-feira, 14 de Agosto de 2018, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações da companhia) alcançou os R$ 5,293 bilhões entre abril e setembro. O documento não traz o comparativo.

A receita operacional líquida somou R$ 12,288 bilhões, alta de cerca de 35% ante os R$ 9,094 bilhões anotados um ano antes.

Em release encaminhado à imprensa, a companhia destaca a receita de CVA e outros componentes financeiros de R$ 3,959 bilhões, impactada pelo reconhecimento do ativo tarifário no montante de R$ 3,842 bilhões nas distribuidoras; e a reversão da provisão da taxa de fiscalização de recursos hídricos (Taxa Pará) no montante de R$ 1,334 bilhão.

Já entre os destaques negativos estão as provisões e despesas com o Plano de Demissão Consensual (PDC) de R$ 24 milhões no trimestre, somando R$ 296 milhões em 2018, e provisões para contingências no montante de R$ 1 bilhão.

Segmento de distribuição tem lucro de R$ 905 milhões

O segmento de distribuição da Eletrobrás anotou um lucro líquido de R$ 905,84 milhões no segundo trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 394,45 milhões em igual período do ano passado. O resultado, explicou a companhia em documentos arquivados na Comissão de Valores Mobiliários, foi impactado pelo “reconhecimento da neutralidade econômica dado pela Portaria nº301, de 16/07/2018”.

Por essa portaria, o Ministério de Minas e Energia assegura a “neutralidade econômica das despesas totais incorridas” pelas distribuidoras designadas, isto é, as distribuidoras da Eletrobrás, entre 1º de Agosto e 31 de Dezembro de 2018, e indica que essa neutralidade se dará pela diferença entre as despesas totais realizadas por cada distribuidora e os valores recebidos por tarifa, encargos setoriais, empréstimos da Reserva Global de Reversão (RGR) referentes ao período de designação e demais fontes de receita recebidas em razão da prestação de serviço de designação. Além disso, a portaria diz que os recursos da RGR utilizados para empréstimos relacionados ao custeio dessas distribuidoras “constituirão obrigação da concessão… cuja responsabilidade será transferida ao novo concessionário”, após o leilão de venda das empresas.

Desconsiderando o lucro com o segmento de distribuição, o resultado líquido da Eletrobrás ficaria positivo em R$ 1,926 bilhão no segundo trimestre deste ano, ante os R$ 738,56 milhões anotados em igual etapa do ano passado.

Na geração, as usinas operadas pela Eletrobrás sob o regime de exploração apresentaram um crescimento de cerca de 115%, para R$ 1,262 bilhão, beneficiadas pela redução de quase 32% nos custos e despesas operacionais. Já as usinas do regime de cotas anotaram prejuízo de R$ 163 milhões, ante lucro de R$ 238 milhões um ano antes.

No segmento de transmissão, empreendimentos operados pelo regime de operação e manutenção tiveram um lucro de R$ 618,3 milhões, 139% acima dos R$ 258 milhões anotados no segundo trimestre do ano passado. Já as linhas e subestações operadas pelo regime de exploração tiveram lucro de R$ 86,6 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 273 milhões anotado um ano antes. Os números de 2017 foram reclassificados, anotou a Eletrobrás.

(*) Terra