O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, voltou a defender nesta Quarta-feira, 29 de Agoto de 2018, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, Laurence Casagrande Lourenço, ex-secretário de Transportes de seu governo em São Paulo e ex-presidente da estatal rodoviária Dersa, preso pelo braço paulista da Operação Lava Jato sob suspeita de corrupção nas obras do Rodoanel. Alckmin classificou o aliado como “homem sério e correto” e reafirmou que, na sua opinião, Lourenço “está sendo injustiçado”.
“Eu assumi o governo em 2011 em São Paulo e nomeei o procurador do Estado para secretário de Logística e Transportes, ele escolheu Laurence Casagrande, que é um homem sério, correto, para presidente da Dersa, ele foi presidente da Dersa, fez uma belíssima obra”, afirmou Alckmin.
O presidenciável reproduziu os argumentos da defesa de Laurence Lourenço para o aumento do valor da obra do trecho norte do Rodoanel em 480 milhões de reais, conforme apuração do Ministério Público Federal (MPF). Ele alega que rochas conhecidas como “matacões”, não previstas no projeto, apareceram em meio às obras e, depois de análise e aprovação por uma junta técnica, o pagamento às empreiteiras OAS, Mendes Júnior e Isolux foi aprovado.
Em julho, o MPF em São Paulo denunciou Lourenço e outras doze pessoas no caso, pelos crimes de fraude a licitação, associação criminosa e falsidade ideológica.
“Eu acho que o Laurence está sendo injustiçado. Espero que amanhã, quando ele for inocentado, tenha o mesmo espaço para fazer justiça a uma pessoa de vida simples, uma pessoa séria, uma pessoa correta, e pode estar havendo uma grande injustiça”, ressaltou Geraldo Alckmin.
Questionado sobre o ex-diretor de engenharia da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, também alvo de investigações sobre corrupção no Rodoanel, Alckmin respondeu que quando assumiu o Palácio dos Bandeirantes, em 2011, Vieira “já estava fora do governo”. Ligado ao grupo político do senador José Serra e do ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, dentro do PSDB paulista, Paulo Preto foi preso duas vezes neste ano e, em ambas, acabou solto por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.
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