“Quero saber que ele não vai sair mais não. Quero justiça para ele não sair da prisão”. Esse é o desabafo de Joelma Pinto da Costa, mãe que teve os dois filhos pequenos assassinados na cidade de Canto do Buriti, no interior do Piauí. O suspeito é o namorado dela com quem mantinha um relacionamento amoroso há dois anos.
Por meio de um vídeo, a mãe classificou as mortes como uma tragédia e contou detalhes dos crimes. Ela diz que o filho foi torturado.
Exames cadavéricos confirmaram a versão da mãe e revelaram que o garoto de 11 anos morreu asfixiado por estrangulamento. Já a causa da morte da bebê, que também teria sido estuprada, foi por politraumatismo.
“Tragédia muito grande. Nunca pensei em passar por isso. Aconteceu tudo isso. Ele tirou a vida do meu filho de 11 anos e da minha filha de cinco meses. O de 11 anos matou enforcado, torturado. Ele matou torturado e depois pegou o cano e ficou batendo no pulmão dele. A de cinco meses, ele jogou no chão de cima da cama”, disse a mãe bastante abalada em um vídeo gravado por um site local.
A avó das crianças, que não teve o nome divulgado, conta ainda que o neto foi encontrado com as mãos e pés amarrados.
“Quando eu cheguei lá, o rapaz mais velho tava morto no chão, amarrado as mãos e os pés e a criança estava jogada no chão. Eu peguei a criança e segurei. Já estava saindo sangue da boca e nariz. Ele ainda foi em cima e imprensou a criança”, disse a avó.
Pena por cada morte pode chegar a 30 anos
O caso é investigado pela Polícia Civil que deve concluir o inquérito policial em dez dias. O delegado Yan Brayner, responsável pela investigação, explica que o suspeito deverá responder por duplo homicídio qualificado e estupro de vulnerável, cuja pena prevista é de até 30 anos por cada morte.
“A pena do homicídio é de 30 anos, mas o caso envolve duas qualificadoras. Uma dela é a tortura. A outra é a morte da bebê que teria sido praticada para encobrir o estupro, ou seja, cometeu um crime para ocultar o outro. Com isso, a pena que seria de 6 a 20 anos, passa a ser de 12 a 30 anos”, explica o delegado.
Danilo Veras dos Santos nega as acusações. Ele foi ouvido na delegacia de Canto do Buriti e já foi transferido para o presídio de São Raimundo Nonato, também no interior do Piauí.