O projeto do município de Água Branca “Intervenção Multiprofissional na Atenção Básica: Grupo de Apoio ao Cuidador”, executado na cidade há cerca de 2 anos e meio, foi destaque no VII Congresso Estadual de Secretarias Municipais de Saúde do Estado do Piauí (CONASEMS), que acontece em Teresina até esta terça-feira (23). O projeto ainda foi selecionado, ao lado de outras nove ações, para representar o Piauí no Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, que vai ser realizado em Brasília no mês de julho.
A autora do projeto, a fisioterapeuta Eleale Leal, apresentou as ações do grupo, na tarde desta terça-feira, durante o CONASEMS. De acordo com Eleale, o programa tem como objetivo dar apoio às pessoas que cuidam de idosos, pacientes acamados ou com limitações, como uma forma de garantir mais qualidade de vida para cuidadores e pacientes.
“Em geral, nos preocupamos apenas com a situação do usuário, ou seja, com o paciente doente. Mas como fica a saúde daquele que se doa praticamente todos os dias, durante o dia todo, na maioria das vezes não são remunerados, não tem férias e estão sobrecarregados? Quem cuida deles? Foi pensando nesse contexto que implementamos este grupo”, diz Eleale.
A fisioterapeuta destaca que as ações do grupo têm mostrado resultados positivos junto aos cuidadores e pacientes. “Os resultados desta intervenção são vistos a médio e longo prazo, com a diminuição de deformidades e incapacidades destes pacientes e melhora na qualidade de vida tanto dos pacientes como dos cuidadores, como a redução do grau de estresse, por exemplo. A fim de avançar na qualidade de atendimento às pessoas, o cuidar é uma contribuição que a equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) oferta nas Unidades Básicas de Saúde”, afirma.
Maria da Cruz, que participa do Grupo de Apoio ao Cuidador, conta que é responsável pela sogra, que sofreu um Acidente Vascular Cerebral, e que obteve nos encontros do projeto, um incentivo. “Eu vejo que outras pessoas passam pela mesma situação que eu, muitas vezes com problemas maiores que os meus. Quando escuto os depoimentos, eu ganho força e, por isso, eu participo, não perco nenhuma reunião, pois é uma forma de aprender mais a conviver com os problemas da minha sogra e a realidade que eu enfrento com ela diariamente”, conta.