A prefeita Carmelita Castro (PP), de São Raimundo Nonato, que teve seu mandato cassado em razão de decisão da 13ª Zona Eleitoral, disse estar tranquila de que irá, na Justiça, comprovar que não cometeu abuso de poder nas eleições de 2016.
“Estou muito tranquila. Veja que a oposição produziu provas depois que terminou a eleição, depois do resultado. E nas provas não tem uma foto da Carmelita, não tem um depoimento de alguém dizendo que teve contato com a Carmelita para ter dado alguma coisa. Nada”, sustenta a gestora em entrevista concedida nesta terça-feira (03/08), na Assembleia Legislativa, visitando o gabinete do esposo Hélio Isaías, deputado estadual.
E foi justamente essa relação que deu margem à condenação sofrida pela gestora, acusada de ter se favorecido de ações realizadas pela secretaria de Defesa Civil, na época comandada por Hélio Isaías.
“Não sei como é abuso de poder, se lá não teve nenhuma obra do governo do ligada a minha pessoa. A Defesa Civil estava trabalhando como sempre trabalhou. Não foi nada a mais e nem menos, favorecendo ninguém. Estava fazendo o que sempre faz na questão da distribuição de água”, argumenta.
CASSAÇÃO
A decisão do juiz Mário Soares de Alencar foi publicada no Diário Eletrônico da Justiça Eleitoral no Piauí. Além de Carmelita, foram cassados o seu vice, Luis Alberto Costa Macêdo, e os vereadores Rian Marcos Alves da Silva, Nunes de Jesus Santos e Laércio Dias de Carvalho. O magistrado entendeu ainda que houve abuso de poder por parte de Hélio Isaías, e declarou sua inelegibilidade.
Os réus foram acusados de se aproveitarem da situação de estiagem para, por meio da realização de obras de abastecimento (poços tubulares, reformas, barragens, etc), conseguirem vantagem no pleito. Para tanto, contaram com suporte político do então secretário de Defesa Civil.
Na Ação de Investigação Judicial Eleitoral, a Coligação “Força do Povo”, do candidato derrotado Avelar de Castro Ferreira, são feitos relatos de que “a Secretaria de Defesa Civil teria sido utilizada indevidamente para atender a solicitações da primeira investigada, funcionando a máquina do Estado como meio de captação ilícita de sufrágio e desequilíbrio das eleições”, com obras realizadas sem que fosse firmado convênio.