Em apenas cinco, a Construtora Jurema Ltda, pertencente aos irmãos do senador Marcelo Castro (MDB), empresários Humberto Costa e Castro e João Costa e Castro, faturou cerca de R$ 236,405 milhões junto ao governo do estado do Piauí. São contratos milionários para realização de obras em rodovias estaduais.
As estradas piauienses encontram-se em situação extremamente precária, apesar dos altos valores destinados para uma única empresa. Em 2017, a Jurema recebeu a quantia de R$ 9,224 milhões. No ano seguinte, foram pagos à empresa R$ 9,889 milhões. Em 2019, os valores aumentaram para R$ 12,872 milhões. Já em 2020, a empresa faturou a quantia de R$ 34,022 milhões.
O ano de 2021 foi o de maior volume de pagamentos para a Jurema. Foram nada menos que R$ 143,395 milhões. Já em 2022, estes valores foram, até agoram, de R$ 27 milhões.
Mais recentemente, a empresa ganhou mais um contrato com o governo do Piauí. Vai executar asfaltamento em vias públicas do município de Castelo do Piauí. O valor da obra é de R$ 34,667 milhões.
“Trata-se de processo visando a contratação de empresa de engenharia para o melhoramento da implantação e pavimentação asfáltica em tratamento superficial duplo com banho diluído no trecho Castelo do Piauí – PI/Povoado Enjeitado”, diz a ordem de serviço assinada pelo então secretário de Turismo, Flávio Rodrigues Nogueira Júnior, em data de 22 de março de 2022.
Os recursos para pagamento serão decorrentes de operação de crédito, ou seja, de empréstimos do governo com instituições financeiras. Recentemente o governo contratou empréstimos com Banco do Brasil (R$ 600 milhões) e BRB – Banco Regional de Brasília (R$ 83 milhões).
A governadora Regina Sousa (PT) encaminhou à Assembleia pedido de autorização para contratar mais R$ 760 milhões.
Ao mesmo tempo, declarou situação de emergência rodoviária no estado. Com isso, poderá fazer contratos sem a devida licitação.
Por outro lado, a empresa Jurema abandonou uma obra na rodovia PI 112, entre Teresina e União, por atraso nos pagamentos superiores a 90 dias. O abandono foi autorizado pela direção geral do contratante, o DER/PI – Departamento de Estradas de Rodagem, por meio do seu diretor Felipe Melo Eulálio.