Piauí é destaque nacional na produção e exportação de mel

O Piauí é destaque nacional com a produção e exportação de mel. Em todo o estado, são milhares de apicultores organizados em cooperativas e associações, como a Cooperativa Mista dos Apicultores da Microrregião de Simplício Mendes (COMAPI), formada por quase mil famílias de pequenos produtores rurais, com 416 cooperados oficiais e abrangência em dez municípios do entorno de Simplício Mendes.

Segundo a gerente administrativa da cooperativa, Janete Dias, a instituição abrange produtores de Bela Vista, Campinas do Piauí, Conceição do Canindé, Floresta do Piauí, Isaias Coelho, Nova Santa Rita, Pedro Laurentino, Santo Inácio, São Francisco de Assis e Simplício Mendes.

“A cooperativa é focada na agricultura familiar com uma forte base ecológica, que compreende 40 mil colmeias e 39 Unidades de Extração de Produtos da Abelha em alto padrão de qualidade. Reunimos estes agricultores para serem instruídos e treinados a realizar a atividade da apicultura de forma sustentável, orgânica, com a conservação da biodiversidade a fim de produzir um mel puro, livre de contaminantes e de agressões ao meio ambiente, com muito respeito pelas abelhas e pelos nossos pequenos produtores e colaboradores envolvidos no processo de produção”, explica Janete.

Até o ano de 2021, Janete Dias diz que a cooperativa tinha aproximadamente 40.000 colmeias. “Nesse ano por questão do longo período de estiagem, ocorreram muitas perdas de enxames, estamos em processo de atualização do número de colmeias povoadas”, ressalta, explicando que a produção depende, principalmente, da condição do inverno, se as chuvas permanecerem regulares, há a possibilidade de uma boa produção.

EUA foi o maior parceiro comercial

Sobre a comercialização, Janete informa que a venda para o mercado interno nacional ainda é muito tímida, corresponde a menos de 3% da produção, distribuída entre os estados de São Paulo, Piauí, Ceará, principalmente.

“A comercialização no ano de 2022, no mercado externo, foi de 134,4t toneladas, correspondendo a R$ 2.602.000,00”, informa, acrescentando que o país que mais compriu o mel da cooperativa foi os Estados Unidos. “Mas já fizemos exportações para Canadá, Alemanha, Inglaterra, França e Itália”, declara.

Atualmente, a cooperativa só trabalha com mel orgânico. “Temos autenticação do Serviço de Inspeção Federal (S.I.F.), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil e temos também o selo de Aqui Tem Agricultura Familiar, Fairtrade (comércio Justo), Certificado Orgânico – IBD, Non-GMO, True Source Certified e USDA Organic”, ressalta.

Janete destaca o mel como o principal produto da região, que faz girar a economia local. A Comapi atua com as capacitações e instrutorias para melhoria da produção e agregação de valor ao produto através das certificações, com expressiva melhoria da qualidade de vida das famílias envolvidas e contribui também para a redução do êxodo rural”, diz.

Sobre os desafios, a gerente administrativa ressalta que o longo período de estiagem provoca a perda de enxames, ou seja, as abelhas vão em busca de melhores condições de água e alimento, nesse sentido o correto manejo é fundamental para diminuir essa perda.

“Outra preocupação é em relação aos valores de comercialização do mel, que é uma commodities, e o valor final de exportação pode não ser favorável. Nesse contexto a COMAPI procura organizar as melhores negociações para garantir um preço mais justo aos produtores, além de atuar também como reguladora de preços na região”, explica.

Entre as metas para 2023, Janete destaca a melhoria na comercialização do mel tanto no mercado externo, como no mercado interno.

“A venda no mercado brasileiro ainda ocorre de forma muito tímida, o brasileiro não reconhece o mel como alimento e sim como medicamento, para buscar novos mercados e valorizar o produto fizemos uma parceria com o Polvo Lab/SP, uma empresa que atua como aceleradora de pequenos empreendimentos solidários, o objetivo da parceria é de reposicionar o produto inserindo dois ingredientes especiais: a construção de uma marca forte – o Mel Mesmo – e o trabalho de impacto social e ambiental que o mel pode causar nos 10 municípios onde estão distribuídos nossos produtores, pertencente a microrregião de Simplício Mendes”, diz.

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