O secretário de Estado da Saúde, Florentino Neto, recebeu, nesta quarta-feira (24), representantes do Movimento Social de Defesa dos Direitos dos Transexuais no Piauí e acolheu a reivindicação autorizando a instalação de ambulatório de consulta especializada para atendimento ao público transexual. O novo serviço deve funcionar no Ambulatório Azul do Hospital Getúlio Vargas com uma equipe multidisciplinar, incluindo médicos, psicólogos, enfermeiros e todo serviço de apoio.
Para Gilvano Quadros, coordenador de Equidade da Sesapi, a decisão do secretário é uma resposta positiva a uma reivindicação histórica e de grande importância para o atendimento de um público que sofre discriminação na busca pelo serviço de saúde. “O projeto já estava bem encaminhado, mas diante da crise de financiamento da saúde, o próprio Ministério da Saúde não tem sinalizado para esse financiamento. Agora, com essa autorização, o serviço funcionará o mais breve possível”, afirma o coordenador.
Maria Laura dos Reis, conselheira estadual de Saúde e representante do movimento social, avalia como uma grande vitória o funcionamento de um ambulatório voltado a esse público. Ela acredita que, além de fazer valer direitos tão importantes para os transexuais no Piauí, o novo serviço evitará a automedicação, que tem sido recorrente nesses casos.
“As pessoas não sabem, mas para a gente está se identificando com um gênero oposto ao nosso, passamos por muitos processos. Por exemplo, a questão da hormonoterapia, o acolhimento psicológico e todo um atendimento multidisciplinar. Então, este serviço é de grande valia porque teremos um acompanhamento médico que até então não tínhamos, a gente faz esses procedimentos, nós mesmos, nos automedicando e dessa forma trazendo complicadores para nossa saúde”, avalia Laura.
A Diretoria de Organização Hospitalar do Estado está responsável pela formatação da equipe que atuará no ambulatório e apresentará a planilha de custeio mensal para manutenção do serviço. A abertura do ambulatório está prevista ainda para este semestre e deve ser porta aberta para atendimento, sem necessariamente ser referenciado pela Atenção Básica.