A falta de repasses da Prefeitura de Teresina, diga-se, Fundação Municipal de Saúde, ainda na gestão do inoperante prefeito, Dr Pessoa ainda deve ter muitos desfechos. De um lado alega-se que repasses de emendas de deputados não são feitos através da prefeito. Do outro lado, a PMT diz que os recursos não foram liberados.
A reportagem da TVN Piauí há uns dois anos fez uma matéria onde políticos e prefeitura alegavam que recursos tinham sidos passados, enquanto a prefeitura dizia que não. Enfim, mais uma crise se instala em Teresina por conta de repasses.
O alvo continua sendo o Hospital São Marcos, que pode ter um desfecho dramático em 2025. Em entrevista na manhã desta segunda (25) o diretor-executivo adjunto do hospital, Joaquim Almeida, revelou que não sabe o que acontecerá com a instituição de saúde no próximo ano. O dirigente revelou que a dívida da Prefeitura de Teresina com a unidade ultrapassa R$ 9 milhões, acumulada nos últimos 14 meses. E que um empréstimo foi feito para o pagamento de salários atrasados e 13° dos funcionários do hospital.
Procurados, para falar do assunto, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) não respondeu. O espaço segue aberto para esclarecimentos da FMS.
Para tentar amenizar a crise, o hospital, a Federação das Santas Casas de Misericórdia e Entidades Filantrópicas do Estado do Piauí (FEMIPI), e entidades que representam hospitais filantrópicos, realizaram um café da manhã com membros da bancada federal. O senador Marcelo Castro (MDB) e os deputados federais Dr. Francisco Costa (PT) e Merlong Solano (PT) participaram da reunião.
Joaquim Almeida comentou a situação atual do hospital e fez um resumo da reunião.
“Mostramos para a bancada, ao senador Marcelo Castro o que realmente está acontecendo. O Hospital São Marcos representa 98% de todos os tratamentos oncológicos no Piauí, ele atende 100% dos casos de câncer na infância. Há 14 meses a prefeitura de Teresina não repassa as verbas complementares que são da sua responsabilidade. Isso inviabiliza qualquer tipo de prestação de serviço. Estávamos pedindo ajuda a bancada federal, nem as emendas que os deputados repassam estão sendo entregues, a prefeitura se apropria das emendas”, afirmou.
O dirigente também analisou ainda o quadro financeiro atual do São Marcos e apontou a dívida que supera R$ 9 milhões.
“São R$ 650 mil por mês, vezes 14 meses que a prefeitura deve. O São Marcos não tem mais capacidade de endividamento, ele realizou neste ano o seu último empréstimo. Com isso pagamos uma parte da folha dos médicos que estava atrasado, e vamos pagar o 13° salário. Depois eu não posso dizer, por que eu realmente não sei o que pode acontecer”, finalizou Joaquim Almeida.
Já o senador Marcelo Castro (MDB) cobrou uma atuação mais efetiva do município e do estado no impasse.
“Nós estamos muito preocupados com a situação do Hospital São Marcos, que é um hospital filantrópico, um hospital de excelência e vem com dificuldades financeiras já de muitos anos. A bancada, de vez em quando, coloca recursos, nós sempre colocamos, mas a situação está se agravando cada vez mais. Eu vejo aqui é uma situação bastante grave e que vai precisar de uma participação e de um entendimento muito grande do prefeito eleito da cidade, Dr. Silvio Mendes, e do governador do Estado, Rafael Fonteles. Eu acho que é um caso que extrapolou todos os pontos que a bancada pudesse sozinha ajudar”, concluiu.