Quem precisou entrar na sede do Instituo Nacional de Reforma Agrária (Incra), no bairro Piçarra, encontrou problemas devido à ocupação do local por manifestantes e integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST). O grupo, que reúne cerca de 150 pessoas, pede a regularização fundiária de terrenos na zona Rural de Teresina.
De acordo com Raimundo Xavier, coordenador do movimento, o objetivo da ação é cobrar do Incra um posicionamento a respeito da ocupação de dois terrenos na beira da BR-316: um na entrada Palmeirais, e outro no povoado Lagoa Nova, em Nazária. Juntos, os dois terrenos abrigam 130 famílias, que estão à procura de terras para se instalare iniciar o plantio.
Foto: Moura Alves/O Dia
“São terras já certificadas pelo Incra, que estão aguardando somente a autorização para nossa instalação, mas isso nunca aconteceu. Nós nem estamos ocupando o interior dos terrenos ainda, estamos na beira da estrada com nossos barracos, mas essa indefinição é que atrapalha. Se não tem dono, se está pronto para ser ocupado, porque que não deixam a gente se instalar de vez?”, questiona Raimundo Xaiver, coordenador da ocupação.
A ocupação do terreno, segundo os manifestantes, acabaria com problemas de saúde e infraestrutura com os quais as famílias estão sendo obrigadas a viver enquanto vivem na beira da estrada. A agricultora familiar Vera Lúcia, por exemplo, menciona que falta água portável na região e que se as famílias fossem autorizadas a ocupar as terras devidamente, poderia já ter construídos canais de irrigação e abastecimento.
“A gente, às vezes, tem que pegar água dos estábulos de que ficam próximos ao local, a água que é dada para os cavalos consumirem, porque nem isso direito nós temos até que a situação seja resolvida. Nós não queremos ocupar terra de ninguém, porque é uma área que já é nossa por direito. Queremos só a autorização para poder entrar lá e ficar sem sofrer ameaça”, afirma a agricultora.
Questionados sobre o diálogo com o Incra, os manifestantes disseram que o superintendente regional do Instituto se encontra em Brasília para tratar da regularização fundiária em Palmeirais e em Nazária, mas até o momento não receberam retorno sobre os rumos da reunião nem de possíveis decisões tomadas.
Foto: Moura Alves/O Dia
A reportagem procurou a assessoria do Incra para se manifestar sobre o assunto, mas nenhum representante do órgão foi encontrado. O espaço continua aberto para futuros esclarecimentos a respeito do assunto.