Familiares de jovens mortos no Ninho do Urubu protestam contra absolvição dos réus

absolvição dos sete réus pelos crimes de incêndio culposo e lesão corporal grave na tragédia no Ninho do Urubu, em sentença proferida pelo juiz Tiago Fernandes Barros, causou comoção generalizada. O processo decorrente do incidente que matou dez jovens no CT em 8 de fevereiro de 2019, no alojamento improvisado da base do Flamengo, tramitava desde janeiro de 2021 na Justiça.

O magistrado entendeu que não há como individualizar condutas técnicas ou estabelecer nexo casual penalmente relevante entre os atos dos réus e as mortes dos dez adolescentes. Vale destacar, porém, que ainda cabe recurso à decisão.

Os réus absolvidos são Márcio Garotti, diretor financeiro do clube entre 2017 e 2020; Marcelo Maia de Sá, então diretor-adjunto de patrimônio; Danilo Duarte, Fabio Hilário da Silva e Weslley Gimenes, engenheiros e envolvidos na execução dos contêineres; Claudia Pereira Rodrigues, dos contratos com a empresa dos módulos habitacionais; e Edson Colman, sócio da empresa encarregada da manutenção dos aparelhos de ar condicionado.

Famílias falam em impunidade

A Associação que representa pais, mães, irmãos e demais familiares das vítimas (Afavinu), publicou uma extensa nota reprovando veementemente a sentença. O documento afirma que a decisão enfraquece o sistema de proteção à vida de menores em instituições esportivas.

Além disso, a Afavinu entende que a sentença envia à sociedade “uma mensagem perigosa de que falhas estruturais e omissões não serão punidas”.

“A absolvição dos acusados, sob o argumento de que não se conseguiu individualizar condutas técnicas ou provar nexo causal penalmente relevante, renova em nós o sentimento de impunidade”, afirma o texto da entidade.

Deixe um comentário

Portal MPiauí