A Assembleia Legislativa do Piauí realizou nesta terça-feira (23) uma sessão solene em homenagem ao centenário de nascimento do advogado e político piauiense Petrônio Portella Nunes, nascido em Valença do Piauí em 1925 e falecido em 1980, em Brasília. O evento reuniu autoridades, familiares e admiradores para relembrar a trajetória de uma das figuras mais influentes da política nacional na segunda metade do século XX.
Petrônio Portella foi deputado estadual, prefeito de Teresina, governador do Piauí, senador da República e ministro da Justiça. Nacionalmente, teve papel de destaque na chamada distensão política dos governos Ernesto Geisel e João Figueiredo, sendo considerado articulador central da abertura que resultou na redemocratização do Brasil.
O presidente da Assembleia, deputado Severo Eulálio, destacou a relevância do homenageado para o país.
“É um grande artífice da redemocratização do Brasil, participando ativamente da missão Portella, em 1977, quando percorreu o país dialogando, construindo pontes e defendendo o entendimento. Foi prefeito de Teresina, governador do estado, senador e ministro da Justiça. Tem importância enorme para o Piauí e para o Brasil, então nada mais justo do que esta Casa render homenagem no seu centenário”, disse.

Durante a solenidade, o imortal da Academia Piauiense de Letras e ex-deputado federal Jesus Tajra relembrou a amizade pessoal com Petrônio.
“Fizemos uma grande amizade, muito forte mesmo. Ele era um grande orador. Foi eleito prefeito, depois governador, e sua carreira só cresceu até chegar ao Ministério da Justiça. Para mim é uma honra ter tido nele um grande amigo. Se tivesse sido eleito presidente da República, eu teria sido um de seus ministros pela amizade que nos unia. É uma honra muito grande estar aqui e relembrar sua história”, declarou.
Representando a família, Antônio Cláudio Portella, sobrinho-neto de Petrônio, destacou o legado político e democrático deixado pelo ex-ministro. “Durante sua vida pública, sempre pautou sua atuação pelo diálogo e pelos valores democráticos. Ele lutou pelo fim do AI-5 e pela anistia, abrindo caminho para a retomada do regime democrático no Brasil. A homenagem é necessária para mostrar às novas gerações quem foi Petrônio Portella”, afirmou.
Antônio Cláudio Portella durante nossa entrevista falou do legado do tio-avô e mandou um abraço para a Casa do Piauí no Rio de Janeiro. Fundada pelo amigo Leornardo do Egito, Nilson Santos, Suetônio Miranda, Raimundo Pereira, Tomaz, Carlito Galvão dentre outros seletos amigos cariocas e filhos de piauienses.
Veja o vídeo com Antônio Cláudio Portella:
Trajetória de Petrônio Portella
Filho do ex-prefeito de Valença, Eustáquio Portella Nunes, e de Maria Ferreira de Deus Nunes, Petrônio mudou-se para Teresina ainda jovem e, posteriormente, para o Rio de Janeiro, onde se formou em Direito pela Universidade do Brasil, atual UFRJ. Além da carreira política, foi advogado em Teresina e professor da Escola Técnica de Comércio do Piauí.
A solenidade marcou os 100 anos de nascimento de um dos nomes mais emblemáticos da história política piauiense e brasileira, lembrado como a “estrela civil da ditadura” e como um dos responsáveis pela transição democrática do país.