O senador Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas, sugeriu uma série de mudanças administrativas por meio de uma carta entregue ao governador Wellington Dias (PT), em seu gabinete em Brasília. Ele fez críticas, propôs a valorização dos servidores públicos estaduais e disse que “tem que acabar essa coisa de valorizar quem não trabalha no nosso estado”.
“Temos um histórico ruim de valorizar quem não trabalha no nosso estado. Um PM que está trocando tiros na rua, protegendo a população, ganha menos que policial que PM que vai proteger um prédio público, que vai trabalhar na porta da residência de alguém, que vai pra dentro de um gabinete. Não pode isso. Um professor que está na sala de aula não pode ganhar menos que um professor que vai trabalhar na Assembleia Legislativa, que vai trabalhar no Palácio, em um gabinete. Nós não podemos ter isso. O que 90 médicos estão fazendo na Assembleia Legislativa? eles tinham que estar nos hospitais, nos postos de saúde, prestando serviço a população. Temos que acabar essa coisa de valorizar quem não trabalha no nosso estado“, disse o senador.
Ciro Nogueira acredita que há um excesso de secretarias estaduais e que o momento é de adequação a crise financeira.
“Não estou dentro da máquina, mas acho que existe excesso de secretarias e funções que fazem, às vezes, a mesma coisa, que aquilo foi feito em um momento em que o governador esperava uma expectativa de retomada econômica que não aconteceu. Ele não fez aquilo por acaso, só pra acomodar. Temos que nos adequar ao momento, dar um passo atrás”, acrescenta Nogueira.
Em entrevista à TV Cidade Verde, o senador frisou que é aliado do governador que, segundo ele, concordou com as ponderações colocadas na carta.
“O documento foi produzido por um aliado de primeira hora que visa dar sua contribuição e não vai ser omisso em momento algum do governo Wellington Dias. Temos uma parceria, apoio, confiamos no trabalho do governador, estamos com ele desde 2014, mas achamos que o momento hoje do país é de crise econômica”, pontou.
Ciro Nogueira enfatiza a necessidade de medidas austeras sob risco de atraso nos salários dos servidores públicos.
“Temos que mudar […] se isso não ocorrer, no meu ponto de vista, vamos ter problemas, inclusive, num futuro bem próximo de atraso de salários no nosso estado. Não temos como suportar um aumento crescente do déficit da Previdência. Os recursos de impostos não estão entrando como deveriam entrar por conta da problema econômico que não é apenas do Piauí, é do Brasil”, disse o senador.
Presidente da Assembleia reage
O presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Themistocles Filho, reagiu em relação a entrevista de Ciro Nogueira, quanto a quantidade de médicos lotados no órgão. Segundo o deputado, o senador está “mal informado, na Alepi são quatro médicos que estão atuando no parlamento estadual”, disse o parlamentar que também questionou o por que do senador não ter apresentado as propostas na camapanha eleitoral.