O presidente da CPI do Déficit da Câmara Municipal de Teresina, vereador Dudu Borges (PT), afirmou que a comissão irá até a Secretaria Municipal de Finanças e a Secretaria de Planejamento para aprofundar as investigações sobre possíveis irregularidades nas contas da Prefeitura. A medida busca esclarecer pagamentos considerados de grande volume e compras de terrenos com valores questionados.
Segundo o parlamentar, há pontos que precisam ser detalhados, como desembolsos referentes a empréstimos contratados em gestões passadas e quitados recentemente.
“Ao analisarmos alguns números, nós percebemos que têm pagamentos feitos na gestão anterior, de empréstimos que antecederam, inclusive, a gestão anterior, empréstimos no ano de 2018, 2019, e volumes altos, como tem um pagamento lá de insumos comprados para a Eturb, na ordem de R$ 21 milhões e outros pagamentos mais que precisam de esclarecimento”, declarou.
Dudu citou ainda o caso do empréstimo do Banco de Brasília (BRB), revelado pela CPI, no qual R$ 100 milhões foram pagos no último dia da gestão do ex-prefeito Dr. Pessoa.
“A gente quer analisar como se deu o pagamento, por exemplo, do empréstimo do BRB, aquele de R$ 100 milhões, pago para uma única empresa, R$ 45 milhões. E outro pagamento para essa mesma empresa de R$ 55 milhões. Então, são volumes muito altos que a gente precisa saber como se deu esses pagamentos, para que possamos dar encaminhamento aos órgãos de controle externo”, acrescentou.
Outro foco da apuração é a compra de terrenos com recursos de empréstimos. O presidente da CPI questionou os critérios usados para avaliação dos imóveis, citando a aquisição de uma parte da área para o Hospital da Mulher.
“Nós precisamos saber quem são os servidores que fazem as avaliações dos valores de terras adquiridas pelo Município. Só houve, na compra do terreno para o hospital da Mulher, uma avaliação externa. Os outros 30 e poucos milhões reais a mais não tiveram nenhum balizamento”, disse.
O vereador destacou que a comissão está na fase de afunilar informações para elaboração do relatório final, que deve apontar encaminhamentos para órgãos como o Tribunal de Contas e o Ministério Público. Ele reforçou que a ida à Prefeitura busca dar celeridade ao trabalho e evitar novas convocações de gestores que já prestaram depoimentos.
A CPI do déficit foi instalada para investigar o rombo bilionário nas contas do município e já ouviu ex-secretários de finanças, de planejamento e de saúde. O atual presidente da Fundação Municipal de Saúde, Leopoldina Cipriano, também prestou depoimento e admitiu dificuldades financeiras no setor. O filho do ex-prefeito Dr. Pessoa, João Pessoinha, negou irregularidades ao ser questionado sobre atos da gestão do pai.
Diante do avanço das apurações e do volume de informações ainda em análise, o presidente da Câmara, Enzo Samuel (PDT), já pediu a prorrogação do prazo da CPI.
Com informações do cidadeverde.com