CRM-PI faz vistorias na Maternidade D. Evangelina Rosa, aponta vários problemas e Sesapi pede prazo para apresentar soluções

Após fortes chuvas que caíram no 03 de novembro, o Conselho Regional de Medicina do Piauí – CRM-PI, após denúncias e vídeos recebidos sobre avarias na estrutura física da Maternidade D. Evangelina Rosa, em Teresina, em consequência das chuvas, realizou vistorias no prédio. Foram avaliadas as áreas que seriam destinadas à UTI Materna e UTI Neonatal, como acordado durante a interdição ética realizada por esse Conselho em 2018. Vários problemas de infiltração foram constatados pelo CRM-PI, houve escoamento de água por todas as escadas de acesso aos andares do prédio. Segundo o CRM-PI, havia um risco de desabamento de forros do teto de algumas alas do piso superior da maternidade e até de curtos circuitos, mas o CRM-PI solicitou parecer do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura – Crea e solicitou reuniões com gestores da Secretaria Estadual de Saúde Sesapi. O CRM-PI também registrou o desrespeito às normas sanitárias de prevenção da pandemia de COVID-19, com aglomerações nos corredores, pacientes sem distanciamento na Admissão, entre outros setores, além dos funcionários reclamarem da qualidade e da pouca quantidade dos EPIs.

Nesta segunda-feira (09), conselheiros do CRM-PI se reuniram com o Superintendente de Organização do Sistema de Saúde, Dr. Jefferson Campelo, na maternidade, e foi solicitado prazo de sete dias para a Secretaria apresentar soluções para os problemas apontados. O prazo se finda na próxima terça-feira (17). Segundo o relatório da fiscalização, a área que seria destinada à UTI Materna foi transformada em UTI Materna Covid, onde foi constatado infiltração na caixa de força com os disjuntores entre a UTI Covid e não Covid, resultado da chuva. Até na UTI Neonatal, funcionários relataram infiltração de água pelos basculantes.

O CRM-PI também recebeu denúncia de falta de medicamentos e insumos. Inclusive sabe-se que a direção da maternidade comprou alguns cardiotocógrafos, mas não terminou de pagar a empresa contratada, a qual não forneceu o papel. Assim, a maternidade tem cardiotocógrafos novos, mas que não estão sendo utilizados.

No repouso masculino e feminino, destinado aos médicos da UTI, o teto, as paredes, o piso e os móveis completamente molhados e até parte da cobertura foi retirada por causa de desabamento. Na área destinada ao Centro de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), havia grande quantidade de água no piso e duas funcionárias estavam secando e ensacando as pastas de arquivos.

No setor de Admissão, havia três pacientes esperando vagas para internação desde a noite anterior, sem distanciamento entre os leitos, que se encontravam encostados um no outro. No Centro Obstétrico e Centro Cirúrgico, apesar dos conselheiros fiscais não terem adentrado, por questões de segurança, o CRM-PI recebeu vídeos de desabamento de parte da cobertura interna de uma das salas de parto e grande quantidade de água por toda a sala. A chefe da Obstetrícia informou que, das quatro salas de parto, duas estão reservadas para os recém-nascidos que aguardam vagas na UTI Neonatal e UCINCO. Portanto, só duas salas estão funcionando e uma delas ficou inundada.

Nos corredores, havia grande quantidade de incubadoras quebradas espalhadas e uma grande quantidade de caixas com camas hospitalares motorizadas que seriam destinadas à enfermaria Covid, que nem chegou a funcionar. O piso continua em péssimo estado de conservação, apesar de todas as denúncias que o CRM-PI fez há mais de anos. No estacionamento não havia vagas suficientes para os veículos de funcionários, porque a direção da casa deixou de alugar terreno que ficava no fundo do Instituto de Perinatologia, causando enorme fila para estacionar na frente da maternidade. Há também, ocupando espaço nas vagas de veículos, placas solares ainda não instaladas.

Na Ala A, Não havia vagas disponíveis e a cobertura interna do teto das enfermarias já apresentam infiltrações. Uma das enfermarias continha infiltração de água por uma das janelas e lençóis molhados. No Instituto de Perinatologia, havia ausência de distanciamento entre as pacientes e barreiras físicas de proteção entre recepcionistas e pacientes tanto nas salas de espera, quanto na área destinada à recepção e marcação de consultas. O consultório Covid encontrava-se alagado e interditado, bem como a área de marcação de consultas, além disso, o muro entre o Instituto e o HPM desabou. “Obtivemos a informação que há uma rede de esgoto próxima ao muro e que, durante a chuva, as caixas entupiram, extravasaram e infiltraram o muro, causando o desabamento e avarias na tubulação de gás da UTI do HPM”, informou a presidente do CRM-PI, Drª Mírian Palha Dias Parente, que solicitou urgência na averiguação da denúncia por parte da direção da maternidade.

       A direção da MDER esclareceu que a causa de todo essas avarias causadas pela chuva foi consequência do diâmetro inadequado das tubulações de drenagem de água da cobertura. O CRM-PI está encaminhando o relatório da fiscalização para o governador Wellington Dias, para a Sesapi, direção da Maternidade D. Evangelina Rosa, Crea e Ministério Público Estadual e espera que as soluções sejam apresentadas dentro do prazo solicitado pela Sesapi.

Fonte: CRM-PI
ASCOM