Os deputados federais Heráclito Fortes e Rodrigo Martins usaram a tribuna da Câmara Federal para denunciar o presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi. Segundo os dois parlamentares, o presidente estaria usando recursos do banco em eventos eleitoreiros no Piauí.
Occhi esteve em Teresina nesta quarta-feira (28), em evento realizado pelo senador Ciro Nogueira, que o indicou para o cargo, e anunciou a liberação de R$ 315 milhões de empréstimo para o Piauí. O evento contou com a participação do governador Wellington Dias, deputados e prefeitos aliados do petista.
Rodrigo e Heráclito repercutiram discurso do deputado estadual Robert Rios que afirmou que a solenidade foi “eleitoreira” e uma “politicagem”. O parlamentar cobrou uma manifestação do Tribunal de Contas do Estado, do Ministério Público e da Ordem de Advogados do Brasil no Piauí em relação ao que considera descumprimento da legislação pelo governador Wellington Dias.
Na Câmara dos deputados, Rodrigo Martins considerou as acusações graves e pediu que o pronunciamento de Robert Rios fosse registrado na íntegra nos Anais da Casa. “Se possível também solicito que seja comunicado tanto o Tribunal de Contas da União quanto o Ministério Público e o Ministério da Fazenda, tendo em vista que são acusações graves, por falta de cuidado com a prestação de contas referente a convênios e empréstimos”, afirmou Martins.
Em aparte, o deputado Heráclito Fortes se juntou ao colega de Parlamento e disse ser inaceitável o posicionamento de Ochi. “A Caixa Econômica é regida por normas duras do Banco Central. O que o Presidente fez em Teresina foi política. É inaceitável tomar partido, é inaceitável usar um órgão como a Caixa Econômica para fins eleitorais. Estão antecipando o período eleitoral no Piauí”, pontuou Heráclito.
Ainda no Plenário, Heráclito Fortes ressaltou que as considerações feitas não são contra os recursos destinados ao Estado, mas à maneira como eles estão sendo usados. “O Sr. Presidente tem que lembrar que já foram afastados vários diretores da Caixa Econômica por atitude suspeita. Portanto, eu espero que o Ministro da Fazenda e que o Presidente do Banco Central puxem as orelhas do Presidente da Caixa Econômica, para que ele deixe de fazer politicagem com o dinheiro público”, concluiu.