Nesta quinta-feira (04/07), o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí – SINPOLJUSPI denunciou ao Ministério Público Federal que presos da Colônia Agricola Major César Oliveira situada no km 26 da BR-343, na zona rural do município de Altos, estão construindo barraco dentro da área do presídio e vivendo de forma independente.
Em um vídeo gravado por um representante do SINPOLJUSPI, na quarta-feira (03/07), mostra o casebre que teria sido construído por três detentos dentro das dependências da penitenciária, com regras e móveis próprios, com uma estrutura que não é permitida pelo Sistema Prisional Brasileiro. Nas imagens é possível ver camas, redes, um fogão, cadeiras, TV entre outros itens.
Assista com exclusividade o vídeo:
Em entrevista com o secretario de justiça, Carlos Edilson, ele afirmou não ter conhecimento dessa estrutura e garante que isso não existe.
“Não tenho conhecimento, eu não posso me manifestar porque não vi esses vídeos ainda, não sei do que se trata. Eu posso afirmar para toda a sociedade do estado do Piauí que dentro do módulo de segurança da Colônia Agricola Major Cesar Oliveira não existe, porque ontem eu estive presente, e quero aproveitar para agradecer a todos os agentes penitenciários, estou com um agrupamento de intervenção prisional e agentes penitenciários totalmente qualificados e novamente afirmo que dentro do módulo de segurança isto não existe.” afirmou o secretario.
Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, José Roberto alguém teria autorizado a construção desse barraco.
“Os presos estão cumprindo pena no regime semi aberto na Colônia Agricola Major Cesar Oliveira e acreditamos que tem autorização de alguém para que lá eles permaneçam, isso existe somente no Sistema Prisional do Piauí, que no nosso entender é uma aberração.” Declarou o vice-presidente do SINPOLJUSPI.
A estrutura foi construída próximo ao prédio que foi demolido, após encontrar uma criança em baixo da cama de um detento em 2017.
Justiça Federal realiza audiência para discutir situação dos presídios do Piauí
Uma audiência de reconciliação presidida pelo procurador Kelston Lages e pela Juiza Federal Marina Cavalcante foi realizada na manhã desta quinta-feira (04/07) no plenário da 5ª Vara da Justiça Federal debateu a situação dos presídios e penitenciárias do Piauí que apresentam problemas na estrutura, super lotação e falta de agentes penitenciários suficiente para atender todos os detentos.
Segundo o procurador Kelston Lages, tem presídios no Piauí tem apenas um agente penitenciário para cada 80 detentos, situação essa considerada crítica.
“Hoje a gente vive um déficit de cerca de mais de 2 mil vagas, e um outro grande gargalo que precisa ser superado é a carência de agentes de segurança de sistema prisional, para vocês terem uma ideia o recomendado é 1 agente para cada 5 detento, no Piauí tem estabelecimento penal que existe uma gente para 80 detentos, que é um absurdo.” afirmou o procurador, Kelton Lages.
No Piauí tem 44 milhões de reais para construir ou reformar novos presídios, como o Centro de Triagem de uma unidade em Bom Principio e reformar a penitenciária agrícola major césar oliveira, mas teriam ocorrido alguns problemas nos projetos.
“São discordância de planilhas de orçamentos, que estão sendo avaliados e o estado do Piauí já fez a devolução desses processos ao DEPEN e estamos aguardando a avaliação.” Disse Secretário de Justiça do Piauí, Carlos Edilson
Segundo o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários – SINPOLJUSPI, a situação é mais grave em quatro presídios do estado.
“Justamente na Colônia Agricola Major César Oliveira, Parnaíba, Casa de Custódia e Picos é os presídios mais agravosos hoje precisando de um efetivo bem acentuado no sentido para manter a segurança e a ordem no estabelecimento.” afirmou o Presidente do SINPOLJUSPI, Cleiton Holanda.