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Em texto e imagens incríveis o fotojornalista e produtor
cinematográfico André Pessoa publica com exclusividade no Portal O
Sertão o ensaio fotográfico “O Caminho da Memória” sobre o filme longa
metragem “Niède”, de Tiago Tambelli, com estreia confirmada para o
próximo dia 4 de abril no Festival Internacional É Tudo Verdade em São
Paulo.
Nas imagens que compõem esse documentário Pessoa mostra os bastidores
da maior produção cinematográfica já realizada no interior do Piauí, em
especial na Serra da Capivara.
O
diretor Tiago Tambelli mostra ao diretor de fotografia Jaques Cheuiche
como será a cena. A câmera de cinema (imensa) está montada num carrinho
de ferro que percorre um trilho. Imagine montar essa estrutura de ferro
nas mais longínquas locações dentro do parque?
Niéde
Guidon abre o sorriso espontâneo ao final de uma das entrevistas que
ela gravou para o longa metragem Niède. Essa “conversa” foi realizada na
Toca do Paraguaio, no Desfiladeiro da Capivara. O local é emblemático
por ter sido o primeiro sítio com pinturas que ela visitou no Piauí na
década de 1970.
Locação
para filmagem de pinturas rupestres na Toca da Extrema, região da Serra
Branca, interior do Parque Nacional da Serra da Capivara. Um trilho foi
montado na base rochosa do sítio para fazer uma plano panorâmico das
pinturas. Ao fundo, se observa o diretor Tiago Tambelli e equipe
coordenando as gravaçoes através de um monitor de vídeo de alta
qualidade. Um grupo de turistas franceses que estavam acompanhados pela
guia Eliete acompanharam as últimas cenas dessa diária.
Niéde
Guidon conta detalhes de sua chegada na Serra da Capivara em 1973.
Entrevista gravada na Toca do Paraguaio e coordenada pelo diretor Tiago
Tambelli; pela roteirista e assistente de direção Inês Figueirô; pelo
diretor de fotografia Jacques Cheuiche; pelo primeiro assistente de
câmera Marcelo Tavares e pelo técnico belga Nicolas Hallet,responsável
pela captação do áudio.
Gravações
na Toca do Arapuá do Gongo. Para fazer as filmagens com a luz correta
nessa área do parque a equipe de produção começou o trabalho na
madrugada. Apenas de transfer entre a Pousada Zabelê (base de hospedagem
da equipe do filme) até a região do Gongo são mais de 2h30 de carro
4×4, num percurso de aproximadamente 120 quilômetros. Nessa toca se
encontra uma cena com as pinturas rupestres mais sensacionais da Serra
da Capivara. Um grupo de 4 veados em perspectiva com duas técnicas de
pinturas diferentes criando uma composição magnífica para a
pré-história.
As
belezas e peculiaridades da Caatinga foram registradas em toda a sua
plenitude pela equipe do longa documental Niède. Umas das câmeras
utilizadas para os registros foi uma Amira de grande formato. Observem
na imagem que o equipamento é imenso e necessita de um tripé específico
para suporta-la. Ao fundo, meio desfocado, um mandacaru – cacto símbolo
do sertão.
Para
produção do filme sobre a história da pesquisadora Niéde Guidon, as
produtoras Lente Viva Filmes e B&T Audiovisual deslocaram uma grande
estrutura para o sertão do Piauí. De repente no meio da Caatinga você
poderia se deparar com um enorme aparato técnico com inúmeros veículos e
técnicos montado estruturas de filmagem e luz nos lugares mais
inóspitos.
Quando
chegou na Serra da Capivara na década de 1970 a pesquisadora paulista
Niéde Guidon descobriu um “novo mundo” nos registros da arte rupestre no
continente americano. Na sua especialização na França com os melhores
professores de arqueologia da Europa, Guidon aprendeu que nesse pedaço
do planeta não existia arte rupestre bem elaborada. No máximo “rabiscos
de crianças” como explicou Niéde em inúmeras entrevistas. Para os
registro do filme “Niède” o diretor Tiago Tambelli fez uma minuciosa
pesquisa e seleção dos sítio que seriam filmados. A Toca do Arapuá do
Gongo, apesar da distância e dificuldades operacionais, foi o primeiro
sítio com pinturas rupestres documentadas pelo filme.
Antes
mesmo de conhecer a famosa Pedra Furada nas imediações do Sitio do
Mocó, Niéde Guidon foi apresentada a desconhecida Pedra Furada do Gongo
(acima) pelo mateiro Joãozinho da Borda. No longa metragem “Niède” ele
conta parte dessa história de uma forma lúdica, quase mágica. Passado-se
mais de três décadas que a Pedra Furada do Gongo foi descoberta, graças
ao seu isolamento ela permanece oculta, guardiã de uma das regiões mais
isoladas da Serra da Capivara.
Nessa
imagem dos bastidores das gravações do filme “Niède”, parte da equipe
de produção faz pose com a arqueóloga Niéde Guidon para celebrar a ótima
conversa que acabará de ser filmada. O resultado você confere nas telas
de cinema do Brasil nos próximos meses.
Para
gravar na Gruta do Inferno, no Desfiladeiro da Capivara, a equipe
técnica do longa metragem “Niéde” levou um imenso gerador de energia
específico para luz de cinema permitindo que a caverna normalmente
totalmente escura fosse iluminada com um misto de luz solar cor de ouro
com os potentes refletores. As cenas gravadas no local tem relevante
importância no roteiro do filme que contou com a participação da
bailarina Lina do Carmo.
Uma
das cenas mais emocionantes do filme “Niède” foi protagonizada pelas
crianças do povoado do Sítio do Mocó que sob a coordenação da bailarina
Lina do Carmo fizeram uma singela e espetacular apresentação noturna no
anfiteatro da Pedra Furada. Coisa de cinema.
SERVIÇO:
Festival Internacional É Tudo Verdade 2019
Dia 04 abril – Sessões gratuitas às 18h e 21h na sala de cinema do Instituto Moreira Salles, na Avenida Paulista, em São Paulo.
Dia 09 abril – Sessão gratuita às 14h30 na sala de cinema do SESC 24 de maio, em São Paulo.
Dia 12 abril – Sessão gratuita às 18h na Estação NET Botafogo 1, no Rio de Janeiro.
Dia 13 abril – Sessão gratuita às 16h30 na Estação NET Botafogo 3, no Rio de Janeiro.