FINISA II: obras de pavimentação de R$ 52 milhões estão sob suspeita de estarem com “sobrepreço”

CONVÊNIO ENTRE GOVERNO DO ESTADO E A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL E AS PAVIMENTAÇÕES EM ANO ELEITORAL

Dados de relatório técnico do Tribunal de Contas do Estado sugerem que ao menos R$ 81.6 milhões do FINISA II, convênio entre o governo do Estado e a Caixa Econômica Federal, foram destinados em 2018 – ano eleitoral – para pavimentação em paralelepípedo e que grande parte desse valor deve ter sido empregado com sobrepreço.  

“Desse montante, R$ 51.565.909,05 (63,12%) correspondeu a contratos que potencialmente foram licitados com sobrepreço (constatado através  da  análise  das  planilhas orçamentárias de  referência),  o  que  não  significa  que nos  outros  36,88% (sem  as planilhas  orçamentárias  de referência) não tenha ocorrido problema similar,  vez que, no presente momento, tal dedução dar-se tomando  por  base a  análise  dos  documentos  disponibilizados no Sistema  Licitações WEB pelos órgãos no âmbito dos quais foram realizados os certames licitatórios”, traz o documento.

Ao todo são 104 contratos para pavimentar uma área aproximada de 723.373 m², “totalizando recursos da ordem de R$   81.699.231,00”.

“(…) Constata-se  que através  dos aditivos formalizados importante  parcela  dos  recursos  do  FINISA  II foi remanejada para  os  projetos  e  ações na  área  de  mobilidade  urbana,  sendo  que,  em  termos percentuais, os 4,89% previstos inicialmente passaram, com o 1º Termo Aditivo, a representar 35,94%  dos  recursos  do FINISA  II e com  o 6º  Termo  Aditivo  alcançaram 75,44% desses recursos, o que corresponde a R$ 237.636.000,00”, informa o relatório.

“(…) adotando – se  uma  linha  de  corte em 31 de julho de 2018, pesquisou – se licitações/contratos tendo como objeto a “execução de serviços  de  pavimentação  em  paralelepípedos” e  que tinham despesas previstas/liquidadas com recursos do  FINISA  II”, complementa.

Ocasião em que se identificou 104 contratos decorrentes  das licitações, algumas com mais de um lote, realizada na Coordenadoria de Desenvolvimento Social e Lazer (CDSOL), Coordenadoria do Programa de Combate à Pobreza Rural (CPCPR), Instituto de Desenvolvimento do Piauí (IDEPI), Secretaria  de  Estado  das  Cidades (SECID), Secretaria  de Estado  do  Turismo (SETUR) e Secretaria de Transportes.

Uma das conclusões desse relatório é a seguinte: “Assim, comprovou-se que igual problema (sobrepreço nas planilhas orçamentárias de referência) ocorreu, e que a execução contratual, por conseguinte, potencialmente acarretou (contratos finalizados) ou acarretará (contratos em andamento) em superfaturamento”.

Por Rômulo Rocha