O chefe do Departamento de Assistência Social da Secretaria de Desenvolvimento Social do Rio Grande do Sul, Becchara Miranda, proferiu a palestra magna no I Fórum de Justiça Climática de Teresina, nesta quinta-feira (28). Becchara apresentou toda a experiência vivenciada pelo poder público na condução das ações sociais durante e pós-desastre, ocorrido em maio deste ano. Segundo o gestor, o principal desafio enfrentado pela administração foi a ausência de estruturas e protocolos de enfrentamento estabelecidos previamente.
“Nós, enquanto Estado, no momento do desastre, percebendo que precisávamos minimamente levantar onde estão esses abrigos e quantas pessoas estão acolhidas e como elas estão. Então, o Estado cria uma estratégia e teve um apoio nesse momento da Unicef de criar um formulário e aplicar esse formulário junto com o MDS [Ministério do Desenvolvimento Social] também, percorrer cada abrigo para fazer coleta. E aí o que se percebe também nesse momento? Primeiro, como não havia ali uma padronização, como não havia ali uma resposta pensada, e eu acho que tudo isso é bom se trazer para quem está em construção, como no caso de vocês, a importância de se ter uma padronização, um modelo de um cadastro das famílias, por exemplo”, relatou.
A oficial do Programa de Gênero, Raça e Etnia do Fundo de População das Nações Unidas, Luana Natielle Basílio e Silva, também participou do evento e explicou a importância da discussão para a capital piauiense. “Teresina tem vivenciado eventos climáticos extremos, seja por conta do calor, seja por conta das inundações no período de chuva. Acho que é importante destacar a recente perda da vida da produtora Wana Sara, do chefe de cozinha João Marcelo, em virtude de enchentes e inundações em Teresina. E esses eventos, como hoje, mostram a urgência para garantir que nenhuma vida seja perdida. É por essa razão que esse evento é tão importante. Para a gente pensar a construção de soluções integradas”, explicou.
Nas discussões específicas sobre as populações mais vulneráveis, a primeira mesa tratou do tema “Calor e vulnerabilidade: desafios e soluções para mulheres, crianças e gestante”. Os especialistas Elisa Carvalho (Agenda 2030), Dalton Leal (ESMG Alphaville), Silvana Sales (Médica Urologista) e Ketiana Melo Guimarães (FMS) discorreram sobre a exposição dessas pessoas ao calor intenso, que não atinge a todos da mesma maneira. Mulheres gestantes podem ter a saúde afetada com o surgimento de doenças, causando muitas vezes a morte e afeta o nascimento dos bebês, bem como seu desenvolvimento nos primeiros anos de vida.
O I Fórum de Justiça Climática de Teresina é realizado pela Agenda Teresina 2030 em parceria com o Fundo de Populações das Nações Unidas. Este evento tem como objetivo a formatação de políticas públicas mais direcionadas ao atendimento dessas populações em suas especificidades.