Governo Federal corta impostos da cesta básica para conter inflação e zera tarifas de importação

O governo federal anunciou nesta quinta-feira (6) que vai zerar os impostos federais sobre os itens da cesta básica como forma de conter a inflação dos alimentos. Além disso, o Executivo vai cortar o imposto de importação sobre alguns itens, como carne, café, açúcar, milho e azeite de oliva.

A informação de que o pacote de medidas do Executivo para tentar baixar os preços dos alimentos seria detalhado nesta tarde foi antecipada pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ao final de uma reunião ministerial realizada nesta manhã para debater medidas que seriam levadas a Lula. O encontro durou cerca de três horas e, segundo Fávaro, foi uma reunião “preparatória”.

Também participaram da conversa os ministros Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação), Rui Costa (Casa Civil), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), além do presidente da Conab, Edegar Pretto, e do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan.

Alta dos preços de alimentos

O custo da comida tem preocupado o presidente da República, mas, por enquanto, o governo federal não apresentou nenhuma medida para conter a alta — embora o Executivo estude algumas iniciativas para frear o aumento, como a redução da alíquota de importação de alguns itens.

No início de fevereiro, Lula havia sugerido que as pessoas deixassem de comprar os alimentos que estão caros como forma de forçar os produtos a terem redução de preço.

“Uma das coisas mais importantes para que a gente possa controlar o preço é o próprio povo. Se você vai no supermercado e você desconfia que tal produto está caro, você não compra. Ora, se todo mundo tiver essa consciência e não comprar aquilo que acha que está caro, quem está vendendo vai ter que baixar para vender, senão vai estragar”, declarou Lula no mês passado.

A crise ocorre em meio à inflação resistente dos produtos, observada em 2024, e deve persistir neste ano. Os alimentos e bebidas foram os itens que mais impactaram no índice em dezembro último, afetando principalmente as famílias de baixa renda.

Entenda

Desde o início do ano, o Executivo estuda medidas para frear o aumento no prelo dos alimentos, tendo como alternativa a redução da alíquota de importação de alguns itens.

O grupo de alimentação e bebidas respondeu por um terço da alta da inflação de 2024, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os preços dos alimentos subiram 7,69%, enquanto a inflação cresceu 4,83%. O aumento da carne chegou a 20,84%, a maior alta desde 2019.

Soma-se ao contexto o excesso de chuva em algumas das regiões produtoras no início do ano, o que afeta a oferta de hortifrútis, e o aumento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre os combustíveis, além do reajuste do diesel. Esses fatores pressionam a inflação.

Segundo o presidente, além das questões climáticas, a alta nos preços é influenciada pela subida do dólar e commodities. “Obviamente não consegue controlar do dia para noite, mas pode ter certeza que nós vamos trazer o preço para baixo e as coisas vão ficar acessíveis”, disse, em fevereiro.

Fonte Portal R7

 

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