O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, afirmou na madrugada desta sexta-feira (21), em Aparecida (SP), que já esperava ser o principal alvo dos adversários no debate promovido minutos antes pela TV Aparecida e pela CNBB (conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
Esse foi o primeiro debate do petista na condição de cabeça de chapa, já que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso após ser condenado na operação Lava Jato, teve o registro de candidatura indeferido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
“Eu já esperava [ser o mais atacado no debate], mas, como eu estou tranquilo, está tudo bem”, disse. “O pessoal [os adversários que o escolheram como alvo] está mais nervoso.”
O petista recebeu menções diretas e em tom mais crítico por parte de Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro Gomes (PDT), Alvaro Dias (Podemos) e Henrique Meirelles (MDB).
Após a definição de Haddad como presidenciável e de Manuela Dávila (PCdoB) como candidata a vice, o petista deu um salto que o colocou em segundo lugar nas principais pesquisas de intenção de voto. No último Ibope, ele apareceu iisolado nesta posição. No Datafolha, está empatado tecnicamente com Ciro Gomes. A liderança dos dois levantamentos é de Jair Bolsonaro (PSL-RJ).
Indagado nesta madrugada sobre o tom que pretende adotar nas pouco mais de duas semanas que restam antes do primeiro turno, negou que vá endurecer o discurso como estratégia para desidratar a intenção de votos de adversários. Sobre isso, afirmou que terá “um tom positivo de resgatar nosso legado [de governos petistas] e de responder perguntas”.
Após o debate, questionado novamente sobre o tema, foi lacônico. “Não estamos projetando nada ainda; temos duas semanas ainda de campanha e, com muito respeito aos meus colegas, vamos seguir nosso caminho, mas com bastante segurança de que estamos no caminho certo”, disse.