Sem muita opção de empregos e vida confortável, piauienses estão deixando o estado para se aventurar em outros centro com maior oportunidade de empregos e renda. Dados do Censo Demográfico 2022 divulgados nesta sexta-feira (27) mostram que 19,2 milhões de pessoas residem em região distinta daquela em que nasceram, sendo que 10,4 milhões (54,0%) nasceram no Nordeste. E dentre os estados nordestinos, o Piauí é um dos que tem mais gente saindo do que chegando, ou seja, com um saldo migratório negativo. Os números apontam que 87.603 pessoas entraram no estado, enquanto 100.877 optaram por sair do Piauí, o que representa um saldo migratório negativo, de -13.274 habitantes. (Confira a tabela na íntegra abaixo).

No Piauí, tem mais gente saindo do que chegando, revela IBGE – imagem reprodução.
Além do Piauí, outros sete estados nordestinos também apresentaram saldo migratório negativo – também tiveram mais gente saindo do que chegando. São eles: Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Bahia, Maranhão, Pernambuco e Alagoas. Apenas a Paraíba teve saldo migratório positivo; entrou mais pessoas do que saiu. O estado apresentou Taxa Líquida de Migração de 0,78% em decorrência de um saldo migratório positivo de 31 mil indivíduos. Esse resultado representa o primeiro saldo positivo observado no estado desde 1991 e é relevante por ser o único estado na Região a registrar taxa positiva no ano de 2022.
Esse saldo migratório positivo da Paraíba foi impulsionado pelos fluxos oriundos de São Paulo (22,3%) e Rio de Janeiro (20,0%), possivelmente vinculada ao movimento de retorno, assim como de Pernambuco (20,4%), refletindo a interconexão entre os dois estados, especialmente na dinâmica econômica e nas relações de mercado de trabalho.
O saldo migratório representa a migração líquida e continua sendo o conceito predominante na análise dos fluxos populacionais. A partir desse saldo, calcula-se a taxa líquida de migração, que expressa a magnitude da migração em relação à população total observada na data de referência do censo. Quando positiva, essa taxa indica a quanto a população foi acrescida pelo saldo migratório. Por outro lado, quando negativa, revela a parcela da população que foi reduzida devido aos movimentos migratórios.
Confira a pesquisa completa no site do IBGE.

Saldo migratório continua sendo o conceito predominante na análise dos fluxos populacionais no Brasil. Imagem reprodução.
São Paulo registra saldo negativo pela primeira vez
São Paulo apresentou saldo migratório de -90 mil pessoas, com taxa líquida de de -0,20%, primeiro resultado negativo para a unidade da federação desde o início da coleta de migração por data fixa, em 1991. O analista enfatiza que o estado segue sendo o principal centro migratório do país, recebendo 736 mil imigrantes e perdendo 826 mil emigrantes entre 2017 e 2022, os maiores contingentes do Brasil.
Santa Catarina tem o saldo mais positivo; já o Rio, o mais negativo
Santa Catarina apresentou o maior saldo migratório e a maior taxa líquida de migração em 2022. Entre 2017 e 2022, o estado registrou um ganho populacional de 354 mil pessoas, uma contribuição de 4,66% à sua população total. Esse fenômeno marca uma mudança histórica, uma vez que São Paulo exibia o maior saldo desde a introdução do quesito de data fixa nos Censos Demográficos de 1991 até 2010.
O Rio de Janeiro registrou o maior saldo migratório negativo do país (-165 mil pessoas), evidenciando um expressivo contingente de emigrantes, cuja destinação ocorre predominantemente dentro da própria região. Dentre esses fluxos, destacaram-se os deslocamentos para os estados vizinhos: São Paulo (21,4%), Minas Gerais (17,7%) e Espírito Santo (7,3%). Foi o primeiro saldo negativo do estado desde 1991 (-69 mil), quando o indicador começou a ser pesquisado. O Distrito Federal, por sua vez, apresentou o segundo maior saldo negativo, direcionando a Goiás um percentual significativo de seus emigrantes (48,5%), seguido por fluxos menores para Minas Gerais (7,5%) e Bahia (6,6%).

Sobre o Censo Demográfico 2022
O levantamento aprofunda a caracterização da população brasileira, através das informações coletadas no bloco de quesitos relativos aos temas Fecundidade e Migração, do Questionário da Amostra do Censo Demográfico 2022.
Os dados de Fecundidade estão desagregados por cor ou raça, nível de instrução, grupos de idade e religião das mulheres, para Brasil e Unidades da Federação. Já os dados de migração estão detalhados por local de nascimento, de residência anterior e tempo de moradia no município, além de informações da imigração internacional, para os recortes Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação e Municípios.
Fonte: IBGE/CENSO 2022