O Hospital Regional Justino Luz, na cidade de Picos, atende cerca de 600 mil habitantes da macrorregião que inclui o Vale do Guaribas, Sambito e Canindé. No entanto, após seis meses de pandemia, equipamentos essenciais ao tratamento de pacientes com covid-19, como gasômetro, não funcionam. O probrlema foi apontado pela deputada estadual Lucy Soares (Progressistas), que visitou o local no último sábado (5).
O gasômetro é um instrumento utilizado para medir o nível de oxigênio no sangue; é através dessa medição – associada a outras condições clínicas – que o profissional de saúde determina se o paciente deve ser entubado ou não. De acordo com Lucy, o equipamento da ala covid existe, mas está quebrado.
Para a deputada, a ausência de um equipamento tão importante demonstra incoerência entre o que é anunciado, desde abril, pela Fundação Hospitalar do Piauí (FEPISERH) e pelo Governo do Estado, e a real situação estrutural da unidade de saúde. Ambos afirmam que o hospital vem recebendo reforço na sua estrutura física e de pessoal para enfrentamento da covid-19. Em março, por exemplo, O Ministério da Saúde aprovou recursos da ordem de R$ 2.400.000 para o Hospital Regional Justino Luz.
Lucy acrescenta que, diante da alta taxa de transmissibilidade da covid-19 na região, enfermarias e UTIs deveriam ser melhor equipadas e organizadas. “Além desses problemas, observamos que não há uma organização adequada no hospital para paramentação e desparamentação com os equipamentos de proteção individual (EPI). O fluxo nos corredores também precisa ser melhorado urgentemente, pois, nessas áreas, pacientes infectados e não infectados utilizam as mesmas instalações”, acrescenta Lucy Soares.
A deputada também denuncia a insalubridade de áreas como a cozinha, pias quebradas, portas com defeito, falta de canalização de gases nas enfermarias, entulho na área externa, falta de guarda-volumes para os funcionários, área de descanso inadequada e falta de estrutura para atender nos pacientes que chegam ao hospital vítimas de traumas.
“Na área destinada aos pacientes com traumas, há muita demanda reprimida. Ouvimos relatos de pessoas esperando por cirurgias, na observação, por mais de 24 horas. Os pacientes encontram dificuldades também para fazer exames, pois o raio-x estava em manutenção e muitos deles foram obrigados a fazer o exame fora do hospital, pagando do próprio bolso”, conclui.