O pastor da igreja evangélica Francisco Batista de Oliveira Filho, 62 anos, foi condenado a 20 anos de prisão em regime fechado, acusado de estupro de vulnerável. O pastor foi preso em fevereiro após denúncias de que ele estaria abusando de duas crianças de 4 anos no Parque Brasil, zona Norte de Teresina.
A decisão é do juiz Raimundo Holland Moura de Queiroz, da 6ª Vara Criminal, proferida na última segunda-feira (02). Na sentença, o magistrado determina que o mandado de prisão preventiva seja cumprida, já que o réu não pode apelar em liberdade.
Atualmente, o pastor encontra-se preso na Penitenciária José de Ribamar Leite, antiga Casa de Custódia.
Para o advogado do pastor, Jaylles Ribeiro Fenelon, a prisão é fruto de uma perseguição dentro da igreja, que inclui familiares de Francisco Batista. “A defesa atribui a uma perseguição dentro da própria igreja contra o pastor. A defesa não tem dúvidas de que as crianças foram induzidas a acusar o pastor dos crimes”, afirma.
A defesa deve apelar ao Tribunal de Justiça para reverter a medida. “Toda decisão é para ser cumprida, tem que ser respeitada mas houve uma condenação absurda de 20 anos de prisão. Foi dada hoje (5) entrada no embargo por entender que a sentença foi omissa às alegações da defesa”, diz o advogado.
Segundo o advogado, o pastor nega a acusação e não há provas que comprovem os abusos.
Fenelon disse que o pastor já foi conselheiro tutelar em Alegrete do Piauí, com carreira reconhecida na área de defesa da infância e juventude.
A condenação aos 20 anos de reclusão se dá pelo julgamento de uma das denúncias. Um outro processo, envolvendo uma outra criança de 5 anos, permanece em tramitação na justiça.
Dentro da igreja
Na época da prisão, a Polícia Civil informou que os abusos seriam cometidos dentro da igreja. “A família ia assistir o culto na igreja e enquanto isso, essas crianças estavam brincando. O pastor ia brincar com elas e praticava os abusos, mas agora nós cumprimos esse mandado de prisão e o pastor já foi colocado à disposição da justiça”, falou o delegado Matheus Zannata em entrevista.