Piauí não receberá indenização da Cepisa, mas terá usina térmica a gás

A Medida Provisória da privatização da Eletrobras aprovada na Câmara afeta o Piauí em dois aspectos, a indenização ao governo do estado pela federalização e venda da Cepisa (Companhia Energética do Piauí) foi barrada pelo governo durante a votação, mas no texto há a obrigação da construção da primeira usina térmica a gás no Piauí, o que pode gerar mais de 15 mil empregos. 

senador Ciro Nogueira (PP-PI) foi quem intermediou a negociação com o relator que incluiu o ponto específico no texto, o que não foi percebido por outros estados.

“Procuramos uma forma de tentar ajudar o Estado Piauí, no que diz respeito a essa privatização. Procurei o relator, deputado Elmar, e fiz um apelo que o Piauí é o único estado do Nordeste que não tem gás ainda canalizado (…) Inserimos uma emenda que só beneficia estados onde não tem gás natural para receber esse investimento. Isso só beneficia o Piauí”. 

A previsão é que seja construído um gasoduto de quatrocentos km até o Piauí, seria a terceira maior térmica do país, em um investimento de R$ 3,5 bilhões.

Questionado sobre quem irá pagar a conta da construção da usina, Ciro Nogueira afirmou que Governo Federal irá subsidiar e o setor privado vai fazer o investimento, “é o maior [investimento] na história do estado”.

De acordo com o senador, com a privatização da Eletrobras não terá aumento na conta de energia. “Nós já colocamos como emendas obrigatórias para evitar qualquer tipo de acréscimo, que vai acontecer é que nós vamos obrigar o setor privado a investir no que diz respeito ao gás, fundamental para atrair as indústrias para o nosso estado. O Piauí é o estado único que não tem o gás natural canalizado, nós temos que fazer um gasoldulto até o nosso estado”.

VOTAÇÃO DA MP DA ELETROBRAS NA CÂMARA DEIXA DE FORA A INDENIZAÇÃO PELA VENDA DA CEPISA

Um dia antes de vencer, com 258 votos a favor, 136 contra e 5 abstenções, a Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira (21) em sessão extraordinária a capitalização da Eletrobras, o que representa a primeira grande privatização do governo, como defendia o governo na figura do ministro da Economia, Paulo Guedes. Das 28 emendas do Senado, o relator, deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), orientou a aprovação de 21. Dentre os pontos retirados, o trecho que obrigaria o pagamento de R$ 260,4 milhões, a título de indenização ao Piauí, pela venda da Cepisa e o que liberava os consumidores para escolherem a própria geradora de energia, estimulando o mercado livre e concorrência, a partir de 1º de julho de 2026. O projeto precisa ser sancionado pelo presidente Bolsonaro. 

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