A Polícia Civil do Estado do Piauí deflagrou a Operação Precatório, nesta quarta-feira (04/03), e cumpre 16 mandados de prisão e 17 mandados de busca e apreensão no Estado do Ceará e no Distrito Federal. Participam da operação cem policiais civis do Piauí, Ceará e Distrito Federal. Também estão mobilizados investigadores de outros Estados da Federação.
De acordo com os investigadores, também há indícios de crimes praticados nos Estados da Paraíba, Alagoas, Sergipe, Espirito Santo, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O inquérito policial é presidido pelo Delegado Matheus Zanatta, Gerente de Polícia Especializada da Delegacia Geral de Polícia Civil, e investiga golpes em série praticados por criminosos que se passam por autoridades públicas (Desembargadores, Auditores) que entram em contato com as vítimas passando informações falsas sobre o recebimento de precatórios.
“Precatório é a forma de um ente público realizar o pagamento devido ao autor de uma ação judicial. Os autores desses crimes verificavam no site dos tribunais a lista de cidadãos habilitados a receber precatório e então aplicavam uma engenharia social fazendo com que a vítima fizesse alguma espécie de pagamento prévio para então poder receber seus valores”, descreve o Delegado Matheus Zanatta.
Segundo o Delegado Matheus Zanatta, após as investigações foram identificados o modo de agir dos criminosos, os autores dos delitos e a estrutura da organização criminosa. “Hoje com o apoio da Polícia Civil do Ceará e da Polícia Civil do Distrito Federal, serão cumpridos mandados para prisão de 16 pessoas envolvidas nos crimes investigados. Dentre os presos há aqueles que realizam diretamente os golpes, aqueles que recebiam valores provenientes das vítimas e branqueavam esses valores, e aqueles que faziam o recolhimento e recambiamento desse dinheiro, fazendo os valores chegarem até os líderes da associação criminosa”, explica do Delegado.
Durante o período investigado, os autores tentaram o golpe contra cidadãos habilitados nas listas dos Tribunais de Justiça do Piauí, de Santa Catarina e do Espírito Santo, demonstrando o caráter nacional da empreitada criminosa. “Os autores se valiam de pesquisas em fontes abertas como buscadores de internet, e em fontes fechadas como empresas de bancos de dados para obter informações reais das vítimas e seus processos e dar credibilidade aos golpes”, informa ao Delegado Anchieta Nery titular da DRCI – Delegacia de Repressão a Crimes de Informática, unidade que prestou suporte técnico à investigação. Dado o caráter interestadual dos crimes investigados, somente com a integração entre as Polícias Civis do Piauí, Ceará, Distrito Federal e Santa Catarina foi possível encerrar o ciclo de golpes antes que mais cidadãos de outros estados se tornassem vítimas.
A Operação foi desenvolvida pela Gerência de Polícia Especializada da Delegacia Geral de Polícia Civil, Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), Delegacia de Combate aos Crimes Contra a Ordem Tributária e as Relações de Consumo (DECCOTERC) e Diretoria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública (DINT-SSP). Também integraram os esforços de investigação a Polícia Civil do Ceará, Distrito Federal e Santa Catarina, bem como os Tribunais de Justiça de Santa Catarina e do Piauí. No Estado de Santa Catarina, a ação policial contou com o apoio investigativo do Núcleo de Inteligência e Segurança Institucional do Tribunal de Justiça
Fonte: Ascom/SSP-PI