O presidente Michel Temer anunciou nesta quinta-feira (1º) uma linha de crédito de R$ 42 bilhões para reequipar as polícias estaduais, na abertura de encontro com governadores, no Palácio do Planalto. Ele explicou que o financiamento será feito pelo BNDES e que a iniciativa foi delineada na noite de quarta-feira (28). O governador Wellington Dias (PT) participa da reunião.
Temer não deu detalhes dos valores que serão disponibilizados. A notícia ficou a cargo do ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann. “O plano foi delineado na noite de ontem [quarta-feira] de maneira que poderemos ajudar a financiar os Estados para o reequipamento das polícias locais, das polícias estaduais”, disse o presidente, reforçando que o governo federal não poderia se furtar do assunto.
No encontro, Temer ainda cobrou dos governadores a construção de presídios estaduais. Em 2016, o governo federal anunciou repasse de R$ 1 bilhão para 30 unidades penitenciárias, mas nenhuma foi feita. “Eu ia pedir que se esforcem para a abertura de vagas, porque o sistema penitenciária está lotadíssimo. É necessário desafogar, mesmo que essas 30 penitenciárias não sejam suficientes para tanto”, disse.
Ele reconheceu que a iniciativa fracassou e atribuiu o problema à “resistência extraordinária” dos municípios em abrigar novos presídios. “Não se conseguiu levar adiante esse projeto [de construção de novas penitenciárias] e eu entendo as razões. Essa verba foi destinada no passado, e redestinada este ano. Pediria que os senhores se esforçassem para essa abertura de vagas”, disse.
Em rápido discurso, Temer fez um apelo para que os governadores mobilizem a sociedade civil e órgãos do Judiciário nos Estados para atuarem em favor da segurança pública. A área se tornou a principal bandeira de governo após o decreto de intervenção federal do Rio de Janeiro, na semana passada.
Com a jogada, o presidente conseguiu reeditar a agenda do Planalto -que estava ancorada no fracasso da reforma da Previdência- e ecoar um discurso com muito mais apelo popular às vésperas da eleição. Na fala, ele afirmou que o problema da insegurança “agravou-se enormemente” e que a criminalidade atua no país “sob as mais variadas formas”.
“Nós sabemos que a segurança pública é um dos primeiros itens de preocupação do nosso povo brasileiro. A reunião é para revelar que estamos integrados nessa batalha”, disse.