Servidores da Receita Federal no Piauí aderem à debandada nacional e entregam chefias

A debandada de servidores da Receita Federal dos cargos de chefia por terem ficado de fora do aumento salarial previsto no Orçamento 2022, já repercute no Piauí. Pelo menos 90% das funções de chefia do estado foram entregues. A informação foi confirmada por Stanley Sampaio, do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco) no Piauí.

Segundo ele, 9 cargos de chefia foram entregues, dos dez existentes. “Foram entregues 90% das funções ocupadas”, afirmou.

A categoria está em reunião na tarde desta quinta-feira (23) discutindo a situação.

O delegado da Receita Federal no estado, André Santos, mesmo de férias confirmou ao Cidadeverde.com que alguns cargos foram entregues no estado. “Os ocupantes de chefia assinaram as respectivas entregas dos cargos em função da atual conjuntura”, disse.

A reação dos servidores é em virtude de só uma categoria, a dos policiais, ter reajuste previsto no Orçamento 2022. De acordo com o Sindifisco, cerca de 500 profissionais da categoria haviam entregado seus cargos comissionados em todo o País até o início da noite de ontem. O movimento pode ser seguido por outras categorias.

A entrega de cargos de chefia em comissão não significa que eles estejam pedindo demissão – continuam exercendo suas funções como servidores concursados. Mas, sem gente na chefia, o órgão fica sem comando e as atividades, comprometidas. Segundo o Painel Estatístico de Pessoal, um salário de auditor fiscal na Receita pode chegar a R$ 30.303,62.

Outras categorias

A Associação dos Engenheiros do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – AEDNIT e a Associação Nacional dos Analistas e Técnicos Administrativos do DNIT – ANAT, também se manifestaram sobre a situação. Em nota, as entidades disseram estar preocupadas com a desvalorização do papel dos servidores da infraestrutura no país.

“Contudo, não houve, por parte do governo federal o devido reconhecimento da carreira na forma de melhorias nem remuneratórias tampouco na estrutura da carreira. Por conta disso, os servidores do DNIT, neste período, tiveram seu poder de compra substancialmente diminuído pela inflação, além do fato de muitos colegas estarem estagnados na carreira em função de dispositivos legais que desmotivam e criam insatisfação no qualificado e excelente quadro do DNIT. O reconhecimento do bom trabalho dos servidores do DNIT não deve se ater somente a elogios ou manifestações públicas, mas dada a inequívoca importância do órgão, os servidores da autarquia precisam ser valorizados e quiçá reconhecidos como carreira de Estado e ter remuneração compatível com tal classificação”, diz a nota.

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