Ônibus em Teresina
Foto: Alinny Maria/Piauí Hoje
Sem funcionamento adequado, o sistema de transporte coletivo é um dos maiores problemas enfrentados pela população de Teresina. Se já era ruim em administrações antetiores, esse sistema simplesmente deixou de existir na gestão do prefeito Dr Pessoa.
Para tentar discutir soluções para o problema, o Tribunal de Contas do Estado – TCE, aprovou, por unanimidade, em sessão plenária realizada nesta quinta-feira (25), proposta do conselheiro substituto Delano Câmara para realização de audiência pública, no dia 20 de junho, às 10 horas, para discutir a situação do transporte público coletivo do município de Teresina. Delano é relator do processo TC/009266/2021, que trata da auditoria realizada pela Corte de Contas sobre o sistema de transporte da capital.
Entre os pontos aprovados na sessão desta quinta, está, também, a disponibilização de todo o teor da auditoria, realizada pela Diretoria de Fiscalização de Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano do TCE (DEINFRA), para conhecimento da sociedade, através de um link no site do Tribunal. De acordo com o órgão, no período de 2014 a 2022, a Prefeitura realizou despesas, na subfunção infraestrutura, em obras e serviços de engenharia, no montante de R$ 776,75 milhões.
Desse total, R$ 531,53 milhões foram investidos em mobilidade de um modo geral. Entretanto, para a infraestrutura exclusivamente voltada para o transporte público, foram realizadas despesas da ordem de R$ 80,50 milhões, materializadas em corredores exclusivos, terminais de integração, faixas exclusivas, gestão de trânsito e abrigos de passageiro. “Os referidos valores demonstram que há espaço para uma maior priorização do gasto público com infraestrutura para o transporte coletivo”, assinala o auditor Bruno Cavalcanti, diretor da DFINFRA.
Terminais de integração ineficientes
A construção dos chamados terminais de integração foi um dos maiores desperdícios de dinheiro público da história de Teresina. A maioria dos “monstrengos” está sem serventia e nunca funcionou como deveria. O exemplo é o Terminal Zoobotânico, abandonado e cheio de mato, servindo para esconderijo de marginais.
Os técnicos do TCE também avaliaram esse tal sistema de integração. No relatório deles apontam que, embora tenha havido a previsão de aumento no número de viagens, o tempo médio de espera para os passageiros que realizaram viagens de bairro para o centro ou para locais antes do centro aumentou consideravelmente ou não teve uma expressiva redução, respectivamente.
“Essa situação foi agravada pela ineficiência da gestão do sistema, que não conseguiu integrar efetivamente o sistema alimentador com o troncal, resultando, assim, em filas demasiadas e tempo médio de espera acima do previsto”, afirma Bruno. Para a audiência pública do dia 20 de junho, o TCE vai convidar representantes dos usuários do transporte público, Prefeitura e Câmara Municipal, Strans, Ministério Público do Estado, Assembleia Legislativa do Piauí, Setut, Sintetro.
Fonte: TCE