Estádio Lindolfo Monteiro
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O homem acusado de proferir ofensas racistas contra o goleiro Caíque, do Ypiranga, foi solto após ter sido preso em flagrante no último sábado (20). Após uma audiência de custódia, ficou determinado que o acusado, identificado como Francisco das Chagas Sousa, está proibido de frequentar estádios pelos próximos seis meses.
O caso ocorreu durante a partida entre Altos e Ypiranga, pela Série C do campeonato, quando Francisco dirigiu termos racistas ao goleiro. Na decisão, o juiz Washington Luiz Gonçalves Correia afirmou que os requisitos legais para a prisão preventiva não estavam presentes, uma vez que tais casos normalmente envolvem violência doméstica, incluindo aqueles que afetam crianças.
Portanto, Francisco ficará sujeito a medidas cautelares, incluindo a proibição de frequentar estádios pelos próximos seis meses. Além disso, ele deverá comparecer a todos os atos processuais quando intimado e está proibido de mudar de endereço ou se ausentar da comarca sem aviso prévio ao juízo. O acusado responderá pelo crime de ofensas racistas proferidas.
Entenda o caso
Francisco das Chagas Sousa foi conduzido à Central de Flagrantes na tarde do último sábado (20) sob suspeita de cometer injúria racial no estádio Lindolfo Monteiro, no centro de Teresina. O momento lamentável ocorreu durante a partida entre Altos e Ypiranga-RS, válida pela Série C do Campeonato Brasileiro.
No primeiro tempo, o goleiro Caíque, ao ouvir as ofensas racistas, acionou a arbitragem, que solicitou a intervenção da polícia para identificar o autor. O acusado foi identificado e conduzido pela polícia até a Central de Flagrantes. Ele teria chamado o goleiro de “uva preta”, um termo racista. Após a paralisação para identificação do homem, a partida foi retomada normalmente.
Nota dos clubes
Em nota, o Ypiranga Futebol Clube manifestou apoio ao goleiro Caíque L. S. da Purificação e repudiou veementemente esse comportamento, que vai contra os valores esportivos e humanos da sociedade.
A Associação Atlética de Altos também se manifestou por meio de nota e lamentou o caso de injúria racial sofrido pelo atleta. “É inadimíssivel que cenas como essa ainda se repitam nos dias atuais. O preconceito, seja ele por raça, orientação sexual ou qualquer outra “diferença”, precisa ser combatido e seus autores punidos com veemência”, diz um trecho da nota.
Vini Jr sofre racismo novamente
No domingo (21), o atacante brasileiro Vinicius Junior, do Real Madrid, foi vítima de mais um episódio racista em um estádio espanhol. Durante a derrota de sua equipe para o Valencia por 1 a 0, no Estádio Mestalla, Vini foi alvo de insultos racistas e ouviu gritos de “macaco” vindos das arquibancadas. O jogo foi paralisado por cerca de oito minutos e o jogador acabou sendo expulso após se envolver em uma confusão.