Mais de um mês depois de receber o pedido do impeachment do prefeito de Teresina, Dr Pessoa, o presidente da Câmara Municipal, vereador Jeová Alencar, ainda não encaminhou o documento para Comissão de Legislação, Justiça e Redação Final. A situação preocupa o Cidadania, partido autor do pedido, uma vez que o regimento da Casa foi aprovado em 1967 e não prevê a tramitação de pedidos de afastamento do chefe do executivo municipal.
O professor Washington Bonfim, pré-candidato ao Governo do Estado pelo Cidadania, vê com preocupação a posição da Câmara de Teresina. “Temos uma falha grave no regimento da Câmara e precisamos avançar no impeachment. Está claro para todos que a administração da cidade deu muito errado.”
Para o presidente do Diretório Municipal do Cidadania, jornalista Mário Rogério, a manifestação dos professores nesta terça-feira (15/03), em frente à prefeitura, reflete bem a situação de caos em que vive Teresina.
“Somos solidários aos professores e manifestantes que foram agredidos. Podemos ver que há um descaso e uma truculência com o setor da Educação, que repete o mesmo cenário que vemos no Governo Bolsonaro: sucateamento, despreparo e discurso agressivo. O mínimo que os profissionais do ensino público esperam é alguma disposição de diálogo, e não tiros, bombas e pauladas. Não é possível olhar para a frente dando as costas para a Educação”, destaca.
Ele lembra que além dos pontos citados no pedido de afastamento do prefeito, existem vários problemas sérios na cidade, como denúncias sobre o mau funcionamento dos órgãos da prefeitura, obras paradas. “O que temos percebido é que a política prevalece sobre os interesses da população da cidade. E ter a nossa capital sendo gerida de forma eficiente é essencial para o crescimento do nosso Estado”, argumenta, critica Mário Rogério.
O pedido de impeachment feito pelo Cidadania foi embasado em quatro pontos: a compra dos livros pela Semec no valor de R$ 6,5 milhões; a contratação ilegal e o vazamento de dados dos contribuintes teresinense a uma empresa privada; a publicação do decreto de calamidade pública no serviço de transporte público sem embasamento legal; e o rompimento do contrato com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae).