O ex-governador Wellington Dias (PT) é o que se pode chamar de “homem de mil faces”. Ou então de “mil raças”. Isso se levarmos em conta que a raça identifica o indivíduo, como se fosse uma face étnica.
Na verdade, Dias não teria nenhuma face ou personalidade étnica. Ele é o que se pode chamar de “mutante”.
Na campanha eleitoral de 2014, quando era senador e disputou o governo do estado do Piauí pela terceira vez, ele se apresentou ao TRE/PI (Tribunal Regional Eleitoral) no item cor/raça como “amarela”. Na época ele teve como candidata a vice a então deputada estadual Margareth Coelho, do Progressistas.
No pleito seguinte, em 2018, ele foi candidato a governador novamente, disputando um quarto mandato, e nesse período, em seu registro na Justiça Eleitoral, ele se autodefiniu como de cor ou raça “parda”. A candidata a vice foi a atual governadora Regina Sousa, sua companheira de partido.
Hoje, candidato a senador novamente, ele se apresenta como “indígena”. Ele tem como suplentes na sua chapa a esposa do deputado Júlio César Lima, Juçara, e segundo suplente Amaury, do Grupo Claudino.
Significa dizer que Wellington Dias muda de raça e de cor de acordo com a sua própria conveniência.
Segundo o livro “Formação Social do Brasil – Etnia, cultura e poder”, de autoria de Erivaldo Fagundes Neves, “a etnia refere-se a um grupo social em que a identidade é definida por meio do compartilhamento de uma língua, cultura, tradições e territórios. Os estudos realizados sobre assuntos como cultura, identidade, raça e etnia estão em voga e são de grande importância para as disciplinas vinculadas às Ciências Sociais.”
Numa definição mais simples: “Coletividade de indivíduos que se diferencia por sua especificidade sociocultural, refletida principalmente na língua, religião e maneira de agir.”
O indígena de hoje foi o pardo de ontem e o amarelo de algum tempo atrás. Não se sabe ao certo qual será seu próximo passo nesse sentido. (Toni Rodrigues)tvpiaui.com.br