Bolsonaro bebendo água de coco em um quiosque da Barra da Tijuca.
Bolsonaro lambuzando o pão com leite condensado.
Bolsonaro tomando café da manhã com uma autoridade americana em uma mesa com guardanapo de papel.
Bolsonaro lavando a própria roupa em um tanque.
Bolsonaro fazendo alusão à facada que levou em brincadeira com churrasqueiro militar.
São várias as imagens que bimbalham o jeitão de “gente-como-a-gente” do novo presidente do País. E isso tem causado enorme desconforto entre a esquerda, notadamente, nas hostes petistas, que temem uma conexão maior de Bolsonaro com o eleitor que hoje ainda é refém da figura de “pai dos pobres”, forjada pelo ex-presidente Lula ao longo de anos de assistencialismo funesto e fuleiro.
A perspectiva de que Bolsonaro possa substituir Lula no coração e nas mentes do brasileiro mais humilde causa taquicardia entre as lideranças do PT. Elas sabem que o projeto de poder conduzido pelo partido até aqui não terá mais um segundo de sobrevida caso o ex-presidente perca a hegemonia no diálogo com as camadas mais populares da sociedade. A classe média e os setores mais ricos da sociedade há bastante tempo, por inúmeras razões, abandonaram a canoa petista.
Alguém já disse com propriedade que Jair Bolsonaro é o Lula da direita.
Os dois têm hábitos singelos, comuns à imensa maioria do nosso povo. Os dois, em várias ocasiões, falam uma língua parecida com o português, que, se apoquenta os mais letrados, é puro Camões para os ouvidos dos mais desfavorecidos. Os dois lideram incontestes suas tropas e, principalmente, são os únicos políticos capazes de arrastar multidões para vê-los e ouvi-los.
Só que um vai passar o Natal na cadeia e o outro está a dias de ocupar o Palácio do Planalto.
Essa diferença faz toda a diferença.
(*) R7 Planalto, blog do portal R7