Segundo o mais recente boletim com os casos do novo coronavírus em Pernambuco, divulgado na noite desta terça-feira (17), no Palácio do Campo das Princesas, o Estado passou da fase de transmissão local para a transmissão comunitária, quando não há mais como identificar a origem da contaminação. A lista de casos confirmados da segunda para a terça aumentou de 18 para 19, no entanto, esse 19º caso não viajou para fora do País ou teve contato com algum outro caso “importado”, não sabendo definir de que maneira contraiu o vírus. Dessa forma, as restrições passam a ser mais severas no Estado e muda também o trabalho de monitoramento. O total de casos notificados subiu para 357, sendo 19 confirmados, três prováveis, 85 descartados e 250 em investigação.
O primeiro caso de transmissão comunitária em Pernambuco é de uma mulher de 63 anos, moradora do Recife, que viajou internamente para o Rio Grande do Sul, no Sul do País, e quando retornou à Cidade apresentou sintomas. Ela está em isolamento domiciliar, sendo acompanhada pela vigilância sanitária do município.
“Pernambuco passou a unificar as condutas para as síndromes gripais. Não serão testados casos suspeitos leves. Vamos passar para a fase de mitigação e fazer a vigilância sentinela daquelas situações importantes para o acompanhamento da Covid-19. A orientação é só procurar posto de Saúde quem tem sintomas de alerta ou algumas características”, disse o secretário de Saúde do Estado, André Longo. Na ocasião, foi assinado decreto pelo governador Paulo Câmara restringindo a realização de eventos com mais de 50 pessoas em todo o Estado. Também foi determinado o fechamento de cinemas, museus e academias de ginástica, evitando aglomerações. “Medidas como essas são necessárias à medida que há transmissão sustentada no Estado”, disse Longo.
Dentre os novos casos suspeitos, uma pessoa está em Fernando de Noronha. Já foi submetida a teste e está em isolamento. Autoridade sanitária está recomendando o fechamento para turistas do aeroporto de Noronha a partir do dia 21 deste mês para que dê tempo de as pessoas que estão lá poderem sair.
A recomendação é que só devem procurar o posto de saúde, policlínica ou UPA quem tenha sintomas de alerta, como falta de ar, dor no peito e febre por mais de 72 horas. As orientações servem tanto para o serviço público de saúde quanto para o privado. “A própria história aqui em Pernambuco mostra que a busca desenfreada por testagem fez acabar os testes na rede privada”, explicou Longo. Segundo Longo, é preciso deixar as unidades de saúde públicas e privadas para aqueles que merecem uma maior atenção do sistema de saúde. “Isso evita o colapso da nossa rede e que se falta os testes para quem realmente precisa”, acrescentou.
Segundo a diretora de vigilância à Saúde do Recife, Joanna Freire, a prefeitura continua reforçando as medidas restritivas e preventivas. “O que muda nesse cenário é que a gente passa a contar com a colaboração da população no sentido de não procurar o serviço de saúde se estiver desenvolvendo sintomas leves, não tiver comorbidade, ou não for idosa, gestante ou puérperas”, disse.
Ainda conforme Joanna Freire, quem tiver sintomas considerados leves de síndrome respiratória deve ficar em isolamento durante 14 dias para não contagiar outras pessoas e aumentar as possibilidades de contenção do vírus. “Os estudos mostram, de acordo com os outros países já afetados pela doença, que cerca de 60% a 70% da população pode vir a ser acometida pelo vírus”, acrescentou. Contudo, segundo a diretora nem todos desenvolvem a doença ou apresenta sintoma.