A Superintendência Cepro/Seplan e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgaram, nesta sexta-feira (12), os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) do Piauí para o ano de 2019. O Estado apresentou PIB de R$ 52,78 bilhões e retração em volume no Produto Interno Bruto de -0,6%, em relação ao observado em 2018. Na comparação com as demais Unidades da Federação, o Estado manteve sua participação de 5% no PIB da Região Nordeste e de 0,7% em relação ao Brasil. O Piauí também manteve sua performance de crescimento acumulado superior ao do Brasil e do Nordeste ao longo do período 2010-2019.
O PIB per capita estadual atingiu R$ 16.125,00 havendo uma expansão de R$ 692,95 e uma variação nominal de 4,55% em relação a 2018, que registrava R$ 15.432,05.
O PIB do Brasil atingiu R$ 7,389 trilhões e o PIB do Nordeste R$ 1,047 trilhão, apresentando a mesma variação positiva em volume de 1,2%, valor, contudo, inferior aos 1,8% alcançado por ambos em 2018. No Brasil, a Agropecuária cresceu 0,4%; a Indústria teve variação de -0,6%, e os Serviços cresceram 1,5%.
A secretária de Estado do Planejamento, Rejane Tavares, ressaltou o fato do ano de 2019 ter sido atípico. “Tivemos o aumento da inflação, a crise política e a crise na relação de exportação com a China, que interferiu diretamente no Piauí. Além disso, a questão climática também frustrou a safra da soja. Apesar de termos essa situação de retração, nós temos conseguido manter nossas posições e o nosso padrão de crescimento. Se estivéssemos vivendo uma outra realidade inflacionária, o nosso PIB teria crescido de forma mais significativa”, concluiu.
O resultado global do PIB Piauí, em 2019, foi afetado pelo desempenho da Agropecuária e dos Serviços. No Piauí, a Agropecuária e os Serviços tiveram variação negativa enquanto a Indústria apresentou variação positiva. A queda verificada na Agropecuária justificou-se pelo cultivo de soja, segmento de destaque na economia piauiense, que teve redução na produção em 2019. O desempenho do cultivo da soja foi influenciado por fatores externos e internos que tiveram repercussão na economia estadual, como as condições climáticas das áreas produtoras de soja, aumento do preço de insumos e perda de participação no mercado internacional.
Nos Serviços, as atividades que mais tiveram ganho de participação foram aquelas que já possuíam peso destacado no setor ao longo dos anos anteriores da série: Administração, Defesa, Educação e Saúde Públicas e Seguridade Social; e Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas. Ambas atividades tiveram acréscimo de participação 0,9 ponto percentual no valor adicionado bruto do Piauí, porém, registraram queda em volume.
Destaca-se no setor o crescimento em volume de Artes, cultura, esporte e recreação e outras atividades de serviços (30,96%), bem como Atividades imobiliárias (2,28%); Alojamento e alimentação (4,8%); Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (5,57%); Educação e saúde privados (4,53%); Serviços domésticos (8,07%) e Atividades profissionais, científicas e técnicas, administrativas e serviços complementares (0,02%) que compensou parcialmente as quedas nos serviços de comércio e de administração pública.
A Indústria, por sua vez, cresceu 1,9% sobretudo pelo desempenho da atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação, que respondeu por 3,6% do PIB estadual e apresentou variação em volume de 5,3% devido ao aumento da geração e distribuição de energia elétrica. Segundo setor mais importante, em termos de composição da economia estadual, a Indústria se faz representar também pelas atividades de Construção; Indústrias de Transformação e Indústrias Extrativas, cujas variações em volume foram respectivamente de -0,6%; 2,3% e 4,14%.
Em termos de participação, a Indústria atestou pequena redução de participação no valor adicionado bruto do Estado, já que este grupo de atividade representava 12,4% em 2018, e passou a 12,3% em 2019. O comportamento das atividades de Indústrias extrativas; Indústrias de transformação; e Construção, que perderam, respectivamente 0,1p.p.; 0,01p.p.; e 0,03p.p. de participação, explica a redução do valor relativo da Indústria na economia estadual no ano analisado.