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A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, encerrou nesta sexta-feira (17) sua extensa agenda de trabalho em Teresina. A primeira atividade de hoje foi uma reunião com Rede de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres Local. Em seguida, o encontro foi com o secretário de Estado de Segurança, Francisco Lucas. No último compromisso do dia na capital, ela assistiu ao trailer do filme Esperança Garcia, na Secretaria de Estado de Cultura (Secult).
Cida Gonçalves avaliou como muito boa a vinda ao Piauí, classificando os resultados como ótimos e disse que aqui vai ter grandes parcerias, considerando que o estado tem um Governo Federal com diversas ações em andamento, citando, por exemplo, a construção das Casas da Mulher Brasileira (CMB).
“Temos aqui um estado que vai dar um grande exemplo nacional no combate à violência contra as mulheres, em políticas públicas para as mulheres”, ressalta a ministra, lembrando que está no começo de um grande governo de quatro anos com trabalho conjunto do Piauí e o Governo Federal. Cida Gonçalves disse que procedimentos simples e duros, se forem necessários, é que vão ajudar as mulheres a saírem da situação de violência.
A ministra destacou que vai tentar recompor o orçamento que será discutido com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e com o próprio Congresso Nacional e o presidente Lula, mas também existe possibilidade de várias ações do Programa Mulher Viva Sem Violência que estejam em diversos outros lugares também sejam complementadas por outros ministérios. “Isso nós vamos estar efetivamente trabalhando no processo. Nós não temos nesse exato momento”, comenta.
Cida Gonçalves falou de outras medidas que vão ajudar diretamente as mulheres como o Programa Minha Casa, Minha Vida, cuja titularidade das casas já é para as mulheres; o Bolsa Família e diversos outros programas em que a titularidade está em nome das mulheres. Segundo ela, o grande desafio também é reduzir o desemprego, trabalhando a autonomia econômica das mulheres, que também precisam da inclusão digital. Segundo ela, o pacto contra a violência envolve todos os segmentos da sociedade, todas as pessoas. Para a ministra, é preciso reeducar a sociedade brasileira e ter divisão do trabalho dentro de casa.
O secretário de Estado de Segurança Pública, Francisco Lucas, classificou de muito importante a vinda da ministra Cida Gonçalves ao Piauí. Para ele, a sociedade e o poder público têm como obrigação enfrentar a violência contra as mulheres. “A gente não pode permitir que as mulheres continuem morrendo, que isso seja encarado com naturalidade. Então, a ministra veio aqui tratar de políticas públicas que não é só violência. A política de promoção da mulher envolve igualdade, saúde, educação. Infelizmente, a pauta que monopoliza é a violência, sinal de que a gente ainda não evoluiu como sociedade”, conta Lucas.
Ele lembrou que a instituição de uma patrulha cor lilás ainda é motivo de debate. “Para mim isso mostra o quanto estamos atrasados, nossa sociedade ainda é patriarcal enquanto é violenta e machista. Enquanto a cor lilás for motivo de debate na imprensa e na sociedade, isso mostra o quanto somos atrasados com civilização”, enfatiza o Secretário Francisco Lucas.
O secretário disse que está sendo discutido um protocolo, pois existem várias leis de proteção que precisam funcionar. A primeira coisa e a mais grave que ele percebeu é o sub-registro. Quase 60% das mulheres não registram ocorrências de violência que elas sofrem. “Quando a gente olha os números das que foram vítimas de feminicídio, a grande maioria não registrou boletim de ocorrência; ou seja, as autoridades policiais sequer tomaram conhecimento dessa violência que elas estavam sofrendo. Isso faz parte de uma cultura que normalizava, que em briga de marido e mulher não se mete a colher. Então, todos nós, sociedade, gestores, vizinhos e amigos temos que denunciar quando uma mulher sofrer violência e é isso que vamos botar no protocolo”, revela Francisco Lucas.
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