O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quinta-feira, 8, que o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), desviou R$ 260 milhões do Amazonas. A afirmação baseia-se na investigação do Ministério Público na operação “Maus Caminhos”, deflagrada em 2016 para apurar desvios na área da Saúde no Estado. O parlamentar é um dos suspeitos de participar do esquema, mas nunca foi condenado.
O presidente fez a declaração enquanto se defendia novamente das acusações de superfaturamento na compra de doses da vacina indiana Covaxin. Citou parâmetros técnicos do Ministério da Saúde e os trabalhos de órgãos de controle como impeditivos à corrupção na aquisição dos imunizantes.
“A Controladoria Geral da União, que tem um ministro à frente dela, faz um pente fino na maioria dos contratos. E depois ainda tem o Tribunal de Contas da União. Como é que você vai fazer uma sacanagem dessa? Só na cabeça de um cara que desvia do seu estado R$ 260 milhões, como o Omar Aziz desviou, que pode falar isso”, disparou em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.
Bolsonaro criticou os trabalhos da comissão por não se restringirem a um único tema. Afirmou que o relator do colegiado, senador Renan Calheiros (MDB-AL), é alvo de 17 inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção e lavagem de dinheiro. “A CPI era CPI da cloroquina, virou CPI do ministério paralelo, CPI do Orçamento secreto publicado no Diário Oficial da União.”
Em seguida, o presidente, questionado por um apoiador, voltou a defender o voto impresso. Dessa vez, aventou a possibilidade de não haver eleições, caso a alteração do sistema eleitoral não ocorra. “Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não fazemos eleições”, disse.