Procissão do Fogaréu acontece sem fiéis em Oeiras

Em 2020 foi a primeira vez em quase 200 anos de tradição que a Oeiras não teve as tradicionais procissões na comemoração da Semana Santa. As determinações para o isolamento social, para conter a pandemia de coronavírus, têm modificado as tradições religiosas pelo Piauí, e os religiosos buscam usar a criatividade para criar soluções permitir fiéis participem das celebrações mesmo de casa.

Tradicionalmente, durante a quinta-feira da paixão, milhares de fiéis tomam as ruas de Oeiras carregando lamparinas para simbolizar a busca dos soldados romanos por Jesus Cristo durante os dias que antecederam sua morte. Na última quinta-feira (9), as lamparinas foram acesas e colocadas diante da Catedral da cidade, desta vez simbolizando os fieis

A missa foi celebrada pelo padre Possidônio Júnior e o bispo Edilson Soares, e transmitida ao vivo nas páginas da paróquia nas redes sociais, e os fieis puderam acompanhar sem desrespeitar o isolamento social.

Nesta sexta-feira da Paixão (10), a celebração também acontece na Catedral, e será transmitida pelas redes sociais da paróquia.

Escapar da solidão

Nas quadras 10 e 11 do Conjunto Santa Fé, em Teresina, a coordenadora da catequese da paróquia de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, Regina Mendes organizou os moradores para rezarem diariamente o Terço da Misericórdia, mas respeitando o isolamento social.

“É uma forma da gente escapar dessa solidão toda, desse isolamento, e de se reencontrar. Tem nos ajudado bastante”, relatou.

Da porta de suas casas, cada família se reúne e mata a saudade dos vizinhos. Com seus terços nas mãos, eles rezam juntos por cerca de uma hora, e depois conversam, mesmo à distância, e falam sobre como têm passado a quarentena.

Nesta quinta-feira (9), os vizinhos prepararam uma mesa com fatias de pão e um cálice de vinho, e fizeram a celebração da eucaristia. Nesta sexta (10), eles se preparam para relembrar a via sacra, os momentos de sofrimento de Cristo até a crucificação.

Ao todo são onze famílias participam, mas segundo Regina, o grupo tem crescido com a presença de moradores de outras quadras do conjunto. “Espero que a ideia se multiplique!”, disse Regina.