Em um tempo onde manifestar-se por um ideal através das redes sociais é o maior esforço que boa parte da população faz, o cadeirante Francisco Edson, 30 anos, deu um exemplo de determinação e cidadania. Ele saiu nesta manhã da vizinha cidade de Timon, onde reside, e foi “no braço” até a manifestação “Sanciona, Dilma!” na Igreja São Benedito, centro de Teresina, que ocorre na manhã desta quinta-feira (29).
Ele fez questão de discursar no microfone e serviu de exemplo para as dezenas de pessoas que militavam em favor da campanha. “Vim até aqui ‘no braço’, sozinho, porque ônibus nenhum para pra mim, mas não poderia perder esse momento. Acredito na pressão que o povo faz e que Dilma vai ouvir esse povo unido”, pontua.
Edson afirma que votou na presidente no ano passado, mas que se ela não sancionar o projeto irá fazer campanha contra a petista. “A gente não pode aceitar uma presidenta, uma mulher que não olhe para o lado mais pobre do Brasil”, diz, determinado.
O presidente da Assembleia Legislativa, Themístocles Filho (PMDB) se mostrou inseguro em relação à decisão de Dilma. “Há possibilidade da presidente vetar parcialmente. O Lula vetou uma vez, por isso acho que a Dilma não irá sancionar o projeto integralmente. Se isso vai afetar as eleições, é algo que precisamos aguardar para saber”, analisou.
O vereador Rodrigo Martins (PSB) aproveitou para criticar mais uma vez a postura do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. “Ele deveria sair do Rio de Janeiro para ver as mazelas dos outros estados. A sanção deste projeto irá ajudar a reparar as desigualdades. Não podemos nos omitir porque ninguém sabe o que calado quer”, pontua.
Samuel Silveira (PMDB), suplente de vereador, também presente no ato, afirmou que todo tipo de pressão é válida e que o movimento é importante por ser um evento político e não “politiqueiro”.